O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a negar nesta terça-feira (29) que tenha contas no exterior. Em café da manhã com jornalistas, o peemedebista disse que “dá de presente” qualquer conta dele que venha a ser encontrada pelos investigadores. “Vocês podem preparar em qualquer escritório de advocacia internacional qualquer documento que diga ‘empresa’, ‘truste’, de qualquer natureza, para eu assinar procuração de qualquer conta bancária, que eu dou de presente para reverter a quem quiser porque não existe”, afirmou Cunha.
Investigações do Ministério Público suíço já encontraram quatro contas ligadas a Cunha naquele país. O peemedebista diz, no entanto, que não se tratam de contas, mas de trustes, espécie de fundos de investimento. Ele afirma ainda que não é dono do dinheiro aplicado nestes trustes, mas apenas “usufrutuário” e “beneficiário em vida”.
No encontro com jornalistas que cobrem a Câmara, Cunha disse que o pedido de afastamento apresentado contra ele pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é uma “peça teatral”. Durante o café, Cunha afirmou estar tomando cuidado com suas declarações por temer que Janot use “partes de minhas falas” e voltou a se dizer perseguido pelo procurador-geral. “Não há dúvida que ele me escolheu”, afirmou.
Questionado se era capaz de fazer uma autocrítica, o peemedebista disse que deve ter cometido vários erros, mas não enumerou nenhum. Perguntado sobre episódios específicos como sua ida à CPI da Petrobras, quando negou ter contas no exterior pela primeira vez, e as manobras para protelar o processo contra ele no Conselho de Ética, Cunha minimizou a questão. “Não considero que são erros”.
(Do Correio Brasiliense)
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