Franceses de territórios e residentes em alguns estados norte-americanos como o Havaí começaram a votar neste sábado para a eleição presidencial francesa, um dia antes do primeiro turno de votações que podem mudar o cenário político global.

Dos 47 milhões de eleitores franceses registrados, pouco menos de um milhão moram em locais distantes como a Polinésia Francesa no Pacífico sul e Guadalupe, Guiana Francesa e Martinica no Caribe. Eles votam mais cedo para não serem influenciados pelos resultados do país, que saem na tarde de domingo, por volta das 15h (horário de Brasília).

O primeiro turno levará dois dos 11 candidatos ao segundo turno em duas semanas, na escolha do novo presidente da França, membro da União Europeia e da Otan, membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e quinta maior economia mundial.

Com dois candidatos antiglobalização cujas políticas podem dividir a União Europeia entre os quatro líderes, o voto é de grande significado para o status quo da política internacional e para mercados financeiros.

Ocorrendo após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e após a decisão de eleitores britânicos em favor do Brexit, deixando a UE, poucos especialistas ousam descartar um choque, e todos os possíveis resultados levarão a um período de incerteza política na França.

As pesquisas mostram o centrista e pro-Europa Emmanuel Macron como favorito, mas ele não possui um partido estabelecido e é tem dimensão política relativamente desconhecida.

Seus três rivais próximos, de acordo com pesquisas eleitorais, são a anti-UE e anti-imigração e líder da Frente Nacional Marine Le Pen, que deixaria o euro e voltaria para a moeda nacional, o candidato de extrema esquerda Jean-Luc Melenchon, que quer que a França acabe com tratados comerciais internacionais e deixe a Otan, e o conservador François Fillon, cuja reputação tem sido manchada por um escândalo de nepotismo.

“A eleição tanto de Le Pen quanto de Melenchon colocaria Paris em uma rota de colisão com (autoridades da UE em) Bruxelas)”, disse James Shields, professor de políticas francesas da Universidade de Aston, na Grã-Bretanha.

Do Reuters