Em ST, malabarista que passou por tragédias dá lição de esperança

Fotos: Farol de Notícias/Celso Garcia

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O Circo do Palhaço Gostosinho encantou multidões em Natal, Rio Grande do Norte, e nas cidades por onde passou, com anos de trabalho que acabou com a Pandemia da Covid-19. Uma história emocionante conhecida pelo Farol de Notícias nesta terça-feira (14), no semáforo da Rua Joca Magalhães, bairro Nossa Senhora da Penha em Serra Talhada.

Quem assistiu ao espetáculo do Palhaço Gostosinho e conheceu a história do circo certamente lembrará do seu filho, Wyllamais Carlos dos Santos, 42 anos, pai de 14 filhos, sendo cinco da última esposa. Um homem que amou, sofreu, ganhou, perdeu, e aprendeu a conviver com a dor que parece sem fim. Ele é a quinta geração de malabaristas da família e filho de Dalvina do Nascimento.

As pessoas ao vê-lo fazer malabarismos nos semáforos e abrir um sorriso ao término, não imaginam o que ele guarda na memória: as luzes, o espetáculo, o sucesso, o público que aplaude ele e sua esposa malabarista e trapezista, que ri e se diverte com o seu filho que assumiu o personagem do Palhaço Gostosinho interpretado pelo avô. Uma família feliz com cinco crianças e proprietária de um grande circo.

A pandemia foi devastadora para a família

Infelizmente a Pandemia de 2019 foi devastadora para milhares de pessoas no mundo inteiro; e o homem que garantia o espetáculo para o público todas as noites, quando viu as esposa Aline, de 28 anos, vítima da doença, ele não conseguiu esconder a dor, diferente do que acontece nas histórias que o povo conta que por trás da máscara e da pintura do rosto há uma lágrima. 

Wyllamais Carlos sofreu com o falecimento da esposa, e após seis meses, com a morte do filho de 16 anos, a estrela do circo que alegrava a todos com o personagem do Palhaço Gostosinho. Se afogando na escuridão, sem forças e sem ânimo, o circo foi vencido pelo tempo, desgastado, fechou. As duas carretas que sobraram deram lugar a um terreno para um dos irmãos, e ao lugarzinho, uma casinha de barro, onde sua mãe mora e ajuda a criar os filhos da última esposa que partiu deixando tristeza para os que ficaram. 

O fundo do poço

Em ST, malabarista que passou por tragédias dá lição de esperança

Meu filho era usuário de drogas e fumava maconha, foi comprar uma porcaria na hora que a polícia deu a batida. Ele estava na hora errada, no lugar errado, e mataram o meu filho. Esse filho era dela, ainda bem que ela partiu antes dele, eu estou querendo chorar… Ele era o mais velho, nosso primeiro filho. Eu entrei em desespero, em depressão, comecei a beber cachaça. Não conhecia a maconha, comecei a usar, procurei me internar, mas esse negócio de internação é uma mentira, porque vai do seu coração e do seu querer. Se você disser que não quer, não quer e acabou”, contou Wyllamais Carlos com lágrimas nos olhos e cortando a voz. 

O homem que acordava radiante todos os dias com a esposa e com os filhos, se viu partido e acabado. Com a partida da mulher amada e do filho primogênito do casal, ele não suportou a dor e entrou no mundo das drogas, aparentemente sem saída. Um dia, viu a filha mais nova olhar para ele e dizer que ele ficava feio quando estava drogado, o amor falou mais alto que qualquer química no organismo, decidiu parar e nunca mais voltou para as drogas.  

A superação e a esperança

O circo é uma árvore enraizada no peito do malabarista que anda de cidade em cidade de bicicleta acompanhado por um dos seus irmãos, fazendo uma rota durante todo o ano, saindo de Natal, vai para Caicó, Patos, Pombal, Cajazeira, Juazeiro, Crato, Ouricuri, Salgueiro, Serra Talhada, Caruaru e Campina Grande. Nos lugares onde passa visita os filhos, frutos dos amores que viveu por onde o circo passava. Acabado o percurso, retorna para a casa da mãe e para os filhos que vivem com ela. Uma vida que não é fácil. 

Quando chegou em Juazeiro do Norte foi assaltado, lhe roubaram a bicicleta, os documentos pessoais,  e o celular que utilizava para dar notícias à mãe. Atualmente conseguiu uma velha bicicleta e anda com um cachorro, fiel companheiro nas estradas. O sonho é algo que o ser humano carrega na alma, e Wyllamais Carlos anseia um dia voltar a ter um circo novamente e dar continuidade ao show.

SAIBA COMO AJUDAR

Wyllamais Carlos pede ajuda apenas para a compra de um novo pneu para a bicicleta e alimento para o cachorro que os acompanha. Sem perder as esperanças, sonha com a doação de uma lona e outros materiais para montar um novo circo. Quem puder ajudar pode fazer um Pix no número de celular: 031 84 9 9850 4782 – no nome de Dalvina do Nascimento, mãe de Wyllamais Carlos.

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