Publicado às 06h desta quarta-feira (2)

Por Paulo César Gomes, professor, pesquisador e colunista do Farol

Na segunda-feira, 31 de agosto, coincidentemente a ordem numérica invertida do 13, foi lançada a candidatura a prefeita da petista Márcia Conrado, a mais jovem mulher a concorrer ao cargo do município.

Dentro do seu grupo, Márcia fez tudo certo e acabou desbancando nomes já conhecidos da política local, o que lhe garantiu a condição de ser a candidata à sucessão de Luciano Duque. É inegável que a ex-secretária de saúde soube cativar e literalmente conquistar os corações das lideranças e da militância governistas.

Porém, o desafio agora é bem maior, conquistar a maioria do eleitorado serra-talhadenses. Determinação e coragem ela já provou que têm, mas no jogo da política existem mais que um caminho a seguir.

Márcia já fez a sua escolha. Defender o governo Duque e a continuidade desse modelo de gestão. Eis então que surge a grande questão dessas eleições: o modelo de gestão adotado por Luciano Duque foi o melhor para a cidade e por isso deve continuar? Se a maioria optar por esse caminho, Márcia certamente será eleita.

Mas, se a maioria da população entender que o modelo de gestão de Duque está exaurido, como tem afirmado o deputado Sebastião Oliveira, então Márcia terá que lutar como nunca lutou na vida, pois se o raciocínio de Sebastião estiver certo, e se o ex-prefeito Carlos Evandro, transferir seus votos como fez com Luciano Duque, a prefeita será Socorro Brito. Lógico que tudo isso é no campo opinativo, até o dia 15 de novembro muito coisa ainda vai acontecer.

E A TERCEIRA VIA

Também é necessário ser fazer uma ressalva sobre a terceira via e nova via. Não se vence dois grandes grupos políticos sem que haja dissidência ou uma mudança radical na opinião popular, além do que, falta as duas vias existentes em Serra talhada um projeto a longo prazo e que seja de baixo (parlamento) e até chegar em cima (se projetar para ocupar o executivo).

O modelo de “vias alternativas” funciona bem no parlamentarismo, onde a representatividade no parlamento permite que os pequenos venham a compor governos com diferentes forças políticas. No voto direto, “as terceiras vias” sem projeto de governo a longo prazo dificilmente vingam.