Publicado às 04h52 deste sábado (15)

Fotos: Farol de Notícias/Celso Garcia

O trabalho docente não é fácil, é seguido de muitos obstáculos, além de ser de tempo  integral, mas o amor ao próximo supera tudo. O Farol de Notícias, nesta sexta-feira (14), conversou com  Uratinai Ketlis, professora do município de Serra Talhada, que relatou a maior dificuldade da prática docente. Também ouvimos alunos e profissionais que relataram a importância desse profissional, lembraram nomes e deixaram mensagens. 

Uratinai Ketlis, 43 anos, professora de Língua Portuguesa, tem mais de 12 anos de sala de aula. Ela contou para o Farol que a docência apresenta muitas dificuldades, mas que a recompensa se dá mediante a superação dos alunos. 

“O professor é o eixo central da educação, sem ele a engrenagem não funciona. São guerreiros, assim como os médicos, os enfermeiros. Eu costumo dizer que o professor consegue mudar não somente a vida do aluno, mas da família no geral. Ser reconhecida por eles na rua: ‘Minha professora, eu consegui isso, porque a senhora acreditou em mim’, é um presente que em palavras não há explicação”, destacou a professora, relatando a maior dificuldade enfrentada: 

O não apoio da família. Eu creio que é o maior embate que nós temos hoje. É muito difícil a gente querer mudar a vida dos meninos e a família não apoiar. A realidade vem mudando, eu creio que com a pandemia, os pais viram a importância dos professores em sala de aula. Eu já tive aluno que tinha problema de violência doméstica, ele não acreditava muito na educação, e a educação mudou-o. Hoje, ele mora em São Paulo e, vez por outra, manda mensagens. Ele é engenheiro. Na formatura dele, fez homenagem para mim na internet. Eu fiquei muito feliz, porque a realidade dele mudou”, disse toda satisfeita.

O QUE AS PESSOAS FALARAM  SOBRE OS PROFESSORES

Luiz Gonzaga, 50 anos, mototaxista

“É muito importante a profissão de um professor, eu sei que a educação sai de casa, mas continua na escola. Se não fossem os professores, os alunos não sairiam da escola com um bom entendimento, mais do que o que aprendem em casa”.

 

 

Roberta Ingrid, 27 anos, cursando técnico em enfermagem 

“Em primeiro lugar ensinar a gente, no bom desempenho dos alunos. Vários deles viram história. Eu tenho vários professores, Vera Gaia, Lutembergue, Edilza, Alda, esses foram os quatro que mais me marcaram. Eles sempre foram atenciosos comigo. Me ajudaram a me desenvolver bastante, eu era bem atrasada. Agradeço de coração, muito obrigada por terem feito parte da minha infância, um abraço para todos os professores”. 

 

Larissa Fontes, 19 anos, cursando ciências biológicas na UAST/UFRPE

“O professor é essencial. Ele tem a profissão que forma as outras. Ele também orienta os alunos a se tornarem pessoas melhores,  seguirem um caminho melhor. Dão estímulos para a gente correr atrás dos nossos sonhos e se formar um profissional. Agora, na UAST, tem Caio Sotero, Lorinalda, Andrezinho, Apolinário. A minha professora de Matemática, Ione; a de história, Flávia, eram mais do que professoras, a gente sentia como se fossem uma tia, como a gente chamava. Alguém que a gente podia sentar, conversar, dizer: ‘Olha estou com dificuldade nisso, estou com problema em tal coisa’. Era sempre alguém que estava do nosso lado para ajudar. Parabéns pelo trabalho, porque ajudam muitas pessoas a realizarem os sonhos. Que continuem fazendo essa profissão tão linda , com tanto amor, apesar de não ser nenhum pouco valorizada”.

 

Caio Antunes, 30 anos, mestrando em administração pública

“ A educação transforma, potencializa. Uma população bem formada jamais vai ser alienada, escravizada, não vai ser uma manobra de massa. A política educacional consolidada é materializada através do trabalho dos professores e não dos órgãos públicos. A gente pode ter uma escola muito estruturada, mas sem um professor bem capacitado e sem condições de trabalho para que ele exerça o seu papel, nós não teremos uma política pública educacional efetiva. O professor é peça fundamental, é uma peça matriz para a estruturação do nosso país. Inúmeros professores marcaram a minha trajetória, na escola, na faculdade, dentro da sua devida matéria. O professor do mestrado, Antonio Anastasia, minha professora Leninha, Adricia, Ronaldo”. 

 

Eduarda de Moura, 18 anos, irá ingressar na faculdade no próximo ano

“O professor é muito importante, é mais do que um profissional, ajuda a gente em questões de desenvolvimento pessoal, e a gente acaba tendo um afeto muito grande. Eu, por experiência do novo ensino médio, a gente tem que ficar o dia todo, a gente tem um apego muito grande aos professores, Edilene, Aline, Val, Evair, Murilo, Natália, vários professores. Por mais que a profissão não seja valorizada, eles não são apenas profissionais, ajudam a gente muito por dentro, no sentimento, na evolução, são literalmente a nossa segunda família”.