Do Huff Post Brasil

Menos de uma semana após comparar servidores públicos a “parasitas”, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (12) que é bom o dólar estar alto porque, antes, “todo mundo” estava indo para a Disney, inclusive “empregada doméstica”.

“O câmbio não está nervoso. O câmbio mudou. Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia, uma festa danada. Pera aí. Vai passear em Foz do Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, está cheio de praia bonita”, disse o ministro no Seminário de Abertura do Ano Legislativo, sugerindo ainda outros destinos no País.

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A fala ocorreu após o dólar bater um novo recorde e fechar em R$ 4,35, alta de 0,55%. Este foi o quinto pregão seguido de alta.

“Antes que falem: ‘Ministro diz que empregada doméstica estava indo para Disneylândia’. Não, o ministro está dizendo que o câmbio estava tão barato que todo mundo está indo para a Disneylândia, até as classes sociais mais… Todo mundo tem que ir para a Disneylândia conhecer um dia, mas não três, quatro vezes por ano. Porque com dólar a R$ 1,80 tinha gente indo quatro vezes por ano”, reformulou o ministro.

Guedes defende que a alta do dólar aliada aos juros baixos é positiva para aumentar as exportações.

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Em novembro do ano passado, em Washington, ao defender essa tese das exportações, o ministro provocou uma elevação no câmbio. À época, ele afirmou que as consecutivas altas da moeda norte-americana, que começaram a ter impulso desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro, eram reflexo de uma mudança na política brasileira, com juros mais baixos, “ainda não compreendida pela maior parte da população”.

“O dólar está alto. Qual o problema? Zero. Nem inflação ele [o dólar alto] está causando. Vamos exportar um pouco mais e importar um pouco menos”, disse a jornalistas na ocasião.

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O ministro tem colecionado falas polêmicas e acabou virando alvo de uma queixa na Comissão de Ética da Presidência da República por sua fala contra os servidores públicos.

“O governo está quebrado. Gasta 90% da receita toda com salário e é obrigado a dar aumento de salário. O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo, o hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático, não dá mais”, disse na última sexta, ao defender a reforma administrativa. A proposta, porém, passou a correr risco de não ser enviada ao Congresso.