Na última sexta-feira (11) representantes de empresas que atuam no mercado de purificação de água no Japão visitaram a Capital do Xaxado com o intuito de convencer o prefeito Carlos Evandro (PR) a comprar uma tecnologia de dessalinização. Chamada de osmose reversa, de acordo com os empresários, essa técnica elimina substâncias contaminadoras da água com maior aproveitamento dela e manutenção mais barata. Após cerca de 1h30 de apresentação foi firmado acordo com o grupo nipônico para a compra do sistema.  

A prefeitura não soube informar ao certo em quais áreas a tecnologia será empregada, mas o indicativo é que seja utilizada nos distritos, com tratamento da água de açudes. Devido à indefinição, também ficou em aberta a quantia exata dos gastos que serão empregados para a instalação do maquinário no município. 

Sabe-se, apenas, que o valor de implantação do equipamento para tratar 1000 litros/hora de água pode custar R$ 30 mil. Segundo a prefeitura, a tecnologia apresentada pelo grupo japonês é mais rentável em comparação a utilizada atualmente. “No governo Geni foram implantados 20 e tantos dessalinizadores e que hoje não funcionam nenhum por que o custo de manutenção é muito alto”, afirmou o vice-prefeito, Luciano Duque. 

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Foi através do Secretário de Agricultura do município de Floresta que os japoneses vieram até Carlos Evandro. Tomas Nobuo Takenaka, sócio do grupo estrangeiro e principal articulador dos negócios da empresa na região, é parente do Secretário. Ainda com dificuldades no português, várias vezes Takenaka cedeu a palavra para seu tio sertanejo negociar a proposta com os gestores serra-talhadenses. 

“Isso é um processo (osmose reversa) bastante conhecido, o que muda é a tecnologia empregada”, disse o servidor público abrindo a reunião, argumentando que os dessalinizadores instalados pelo Governo do Estado em Serra Talhada são um problema. “Lá em Floresta estamos gastando mais de R$ 500 mil com carro-pipa, então isso é um investimento por um serviço ruim”, afirmou, em defesa da empresa do sobrinho. 

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TESTE 

O grupo nipônico já visitou várias prefeituras da região do Pajeú oferecendo a proposta. Nas ocasiões, a apresentação se resume em demonstrar a purificação da água através de um processo simples, onde a técnica da osmose reversa é aplicada dentro de um sistema compacto.

 

Osmose Reversa - Os empresários irão visitar várias prefeituras do interior com a proposta

 No teste, foi utilizado um medidor de qualidade que avisava quanto menor o número apresentado no visor, maior seria o nível de pureza da água. Empregando água da torneira, o aparelho fixou 368 de impureza, o que significa forte contaminação. Usando outro recipiente com líquido mineral, o medidor marcou 112. Após a aplicação da técnica de tratamento com osmose reversa o patamar de insalubridade baixou para 0,05. 

Essa técnica tem o diferencial de utilizar pequenas membranas sobrepostas, de espessura menor que um fio de cabelo, para separar água de substâncias químicas, como o sal, e têm maior durabilidade (3 anos). Segundo a prefeitura, as membranas utilizadas atualmente no maquinário do município são mais grossas e duram apenas um ano. E são chinesas. A tecnologia é largamente utilizada em regiões secas, onde é grande a escassez de água potável. 

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Após o recente desastre climático que assolou o Japão neste final de semana, provocando, entre outras mazelas, a falta de recursos hídricos em vários Estados do Nordeste do país, os empresários nipônicos do mercado de tratamento de água deverão fazer fortuna com a osmose reversa sem precisar viajar para o Sertão do Brasil.