Entrevista: Candidatos do PT e PSB praticam ‘estelionato eleitoral’, diz Edilson Silva, ao Farol

Foto: Maciel Rodrigues/Agência Papiro

O FAROL recebeu a visita do candidato a deputado estadual Edilson Silva e a candidata ao Senado Albanise Pires, ambos do Psol (Partido Socialismo e Liberdade). Em conversa com o jornalista Giovanni Sá, eles falaram o motivo da visita a Serra Talhada, os planos do partido em Pernambuco e criticaram a forma como os adversários vem fazendo campanha no Estado. Para Edilson Silva, os candidatos ao Senado João Paulo (PT) e Bezerra Coelho (PSB) estão praticando “estelionato eleitoral” ao prometerem ações que são da alçada do poder executivo. Confira o bate papo:

FAROL – Qual o objetivo dessa sua visita à Serra Talhada nesta segunda-feira (29)?

Edilson Silva – O objetivo é fazer campanha, intensificar a campanha nessa reta final, mas sobretudo prestigiar um trabalho que a gente já vem fazendo aqui na região do Pajeú, há vários anos, que tem como liderança Ari Amorim, que inclusive foi meu candidato à vice-governador em 2006. Então nós não poderíamos, de forma nenhuma, concluir essa eleição sem passar aqui, em Serra Talhada, no Pajeú, para fazer essa presença.

Prestigiar o trabalho que o Ari e nossos apoiadores vêm fazendo aqui. Visitar nossos eleitores e fortalecer a campanha. Então acho que é uma visita que tem esse duplo sentido: intensificar a campanha aqui e prestigiar o trabalho excelente que o Ari vem desenvolvendo aqui na região.

FAROL – Você teve uma votação expressiva na eleição passada, na disputa por uma vaga na Câmara Municipal. Está otimista com a disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa?

Edilson Silva – Estamos bastante otimistas porque, na realidade, nós estamos fazendo a colheita de um trabalho que fazemos há vários anos. Fui candidato à governador em 2006, candidato à governador também em 2010, candidato à prefeito de Recife em 2008 e em 2012 a população de Recife me agraciou com mais de 14 mil votos para a Câmara de Vereadores.

Eu não assumi a vaga na Câmara porque nós não fazemos coligação com quem a gente critica. Então isso faz com que o nosso caminho, a nossa escadaria seja muito mais longa e muito mais difícil, os degraus são muito mais altos. Mas, este é o preço que a gente paga para chegar ao poder, chegar às instituições com as mãos livres, com as mãos limpas para desenvolver um trabalho que seja vinculado à quem votou na gente.

Então nós queremos chegar lá para representar genuinamente os interesses do povo mais sofrido do nosso estado, dos setores que querem ética na política, que querem um combate bastante rigoroso à corrupção. Hoje nós estamos fazendo uma espécie de colheita. Tenho andado aí por todas as regiões do estado, temos encontrado um apoio muito forte à nossa candidatura. Os números que a gente tem em pesquisa nos aponta que estamos indo bem, que a população está entendendo a nossa proposta.

Então tenho certeza que nessa reta final, com essa força e esse gás que estamos dando nesse final, nós vamos conseguir uma vaga na ALEPE, com certeza para ser o primeiro parlamentar do PSOL aqui no estado de Pernambuco. O PSOL tem o histórico de ter os melhores parlamentares do Brasil, e Pernambuco com certeza vai nos colocar lá na ALEPE, para lutarmos pelos interesses da maioria da população a partir de 2015.

FAROL – O PSOL está com a candidatura de Zé Gomes a governador do estado, uma disputa dura contra Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB), e à nível nacional, Luciana Genro contra Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

O que diferencia a candidatura do PSOL em Pernambuco e no Brasil? O que diferencia das demais candidaturas?

Edilson Silva – Felizmente nós conseguimos, pelo menos na reta final, ocupar o mínimo de espaço nas redes de comunicação para poder nos apresentar. Tanto o Zé Gomes quanto a Luciana Genro são dois excelentes quadros que felizmente estão aparecendo, mas que infelizmente só aparecem mais no final do processo. Quem está acompanhando os debates que estão acontecendo nas redes de TV tanto para governador do Estado quanto para presidente da República, inclusive ontem tivemos um debate na Rede Record, a nossa candidata Luciana participou e teve uma participação brilhante; estão vendo qual é a diferença.

Nós temos mostrado que existe uma similaridade, uma semelhança muito grande entre os grandes projetos que estão aí. Não existe uma diferença essencial, existe muito acordo em manter o dinheiro público voltado para facilitar os grandes sistemas de poder, o sistema financeiro… Nós temos uma situação de muita dificuldade do nosso povo, temos iniciativas governamentais que, obviamente, ajudam a diminuir o sofrimento do povo, como é o Bolsa Família, mas a gente sabe que isso é absolutamente insuficiente. E nós queremos apresentar soluções que venham a resolver, de fato, isso.

As candidaturas da Luciana Genro e do Zé Gomes trabalham nessa perspectiva.  Nós trabalhamos nessa perspectiva, temos problemas graves para resolver, e as nossas candidaturas estão trabalhando isso. Estou acompanhado da candidata ao Senado Albanize Pires que vem trabalhando isso muito bem, um trabalho espetacular, procurando pautar nessas eleições o verdadeiro debate do Senado. A gente está vendo aí tanto o João Paulo (PT) quanto o Fernando Bezerra (PSB), que são os candidatos das grandes coligações, fazendo campanha como se fosse para o executivo.

Na realidade isso é um estelionato eleitoral porque eles não são candidatos à governo, não são candidatos à presidência da República, então não tem porque está apresentado programa com capacete branco como se estivesse inaugurando obra. É o João Paulo lá fazendo propaganda para a prefeitura do Recife de forma à fazer a candidatura ao Senado um trampolim.

A nossa candidatura e da Albanize Pires faz um contraponto à tudo isso e apresenta as propostas do legislativo federal. Então acho que o PSOL está cumprindo de conjunto um papel muito importante nesse eleição, dando uma opção àqueles eleitores que não querem vender o seu voto, que querem ética na política e um combate efetivo à corrupção. Que querem um outro tipo de política sendo implementado; eles com certeza estão vendo no PSOL uma alternativa de voto.