Diante os casos de corrupção no Brasil, o Ministério Público Federal (MPF) lançou a ‘Campanha 10 medidas contra a corrupção’, que pretende recolher 1,5 milhão de assinaturas até dezembro deste ano. Na manhã desta quarta-feira (9) o FAROL DE NOTÍCIAS entrevistou a procuradora do MPF, Ládia Mara Duarte Chaves Albuquerque, que explica como a campanha pode ser aderida em Serra Talhada.

Ládia Albuquerque dará uma palestra na Igreja Presbiteriana do Brasil em Serra Talhada, nesta quarta (9), às 19h30. Convidando todo o público serratalhadense para participar, a procuradora explicará cada uma das medidas que integra o projeto de lei que deve ser encaminhado ao Congresso Nacional. Confira na íntegra a conversa com o FAROL e saiba como participar.

Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

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ENTREVISTA  LÁDIA ALBUQUERQUE PROCURADORA FEDERAL

FAROL: Qual o objetivo da campanha 10 medidas contra a corrupção, lançada pelo Ministério Público Federal?

DRA. LÁDIA ALBUQUERQUE: As dez medidas contra a corrupção é um projeto para uma campanha do Ministério Público Federal, que é baseada na experiência do nosso combate à corrupção no dia a dia e das dificuldades que nós estamos enfrentando no combate dessa corrupção. Então, o Ministério Público Federal, colegas valorosos que trabalham especificamente nessa área de combate à corrupção, fizeram um levantamento de vários projetos de lei que já estão no Congresso Nacional, mas que estavam dispersos, espalhados no Congresso. Eram mais de 20 projetos de lei e fizeram uma unificação desses projetos de lei, que são as dez medidas, que tem a intenção de ser um projeto de lei com a iniciativa popular. Ou seja, com a adesão da sociedade afim de que o Congresso Nacional veja o anseio, o desejo da sociedade de modificar o sistema de combate à corrupção no país.

FAROL: A senhora acredita que o MPF vai conseguir coletar 1, 5 milhão de assinaturas até o mês de dezembro?

DRA. LÁDIA ALBUQUERQUE: Eu acredito sim. Nós já tivemos grandes parcerias com a sociedade no Ministério Público Federal, está aí a Lei da ficha limpa para dizer que foi uma iniciativa da população e como o Congresso Nacional. Quando tem essa participação popular e o Congresso vê que é um anseio da sociedade a mudança desses paradigmas, se empenha sim em colocar em discussão, em colocar em votação e muitas vezes aprovando sim os projetos que são do interesse da sociedade.

Eu tenho certeza que a população vai se mobilizar em prol da própria sociedade. É bom que se diga que favorece a própria sociedade. O dinheiro que é desviado na corrupção é um dinheiro que poderia estar sendo muito bem investido na educação, na saúde, na estrutura das cidades para gerar lazer e oportunidade de trabalho para toda a sociedade e essa juventude que precisa disso.

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FAROL: Como o MPF vai trabalhar a participação das pessoas nesta campanha?

DRA. LÁDIA ALBUQUERQUE: Justamente fazendo essa divulgação, pedindo o engajamento de cada um dos cidadãos. É muito simples participar, tem o site da gente www.10medidas.mpf.mp.br, lá tem toda a explicação do projeto para quem quer se aprofundar e conhecer as medidas. Com um simples clique você imprime a página de adesão das assinaturas, assina, coleta as assinaturas dos seus familiares. Qualquer um pode participar, qualquer pessoa que tiver o título de eleitor, não precisa, embora esteja lá os campos de título de eleitor. A gente sabe que o título de eleitor é um dado difícil de ser arrecadado junto dessas coletas de maior massa.

O que a gente pede são os dados principais, nome, filiação, data de nascimento. Tudo correto, porque o Ministério Público Federal vai se encarregar de coletar o dado do título de eleitor. É importante que se diga que não pode ser uma adesão virtual, ela tem que ser de fato uma adesão presencial. Ou seja, tem que ser assinado, coletado a assinatura de cada um dos eleitores. Todas essas fichas que forem coletadas por cada um dos cidadãos pode ser remetida para as sedes das Procuradorias da República, nos locais mais próximos das cidades de cada cidadão, que o Ministério Público Federal vai fazer a coleta dos dados do título de eleitor e vai remeter. Tudo isso vai fazer parte de uma unificação para apresentar no Congresso Nacional em dezembro.

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FAROL: Os crimes como o caixa dois, enriquecimento ilícito, entre outros, fazem parte deste projeto?

DRA. LÁDIA ALBUQUERQUE: Sim, são medidas que estão previstas dentro desses projetos de lei. A criminalização do caixa dois, a responsabilização do partido político, a celeridade processual para que a gente possa dar mais celeridade no processamento da corrupção, medidas de educação e prevenção da própria população. A gente sabe que hoje em dia o que existe é uma cultura da corrupção, não só os agentes públicos e políticos são responsáveis por essa corrupção, mas cada um de nós cidadãos somo responsável sim, por modificar essa corrupção. A prevenção da corrupção também é um dos focos de combate à corrupção. Então tudo isso junto espera melhorar o combate à corrupção e devolver aos cofres públicos o dinheiro desviado que poderia estar sendo melhor empregado em favor da sociedade.

FAROL: A senhora já adiantou um pouco a resposta para a próxima pergunta, mas para finalizar, gostaríamos de saber justamente dessa cultura de fechar os olhos para os pequenos atos de corrupção no dia a dia das pessoas. Será dado um foco também com relação a isso na campanha 10 medidas?

DRA. LÁDIA ALBUQUERQUE: Sim, é nossa intenção. É nossa esperança estar promovendo a educação de toda a sociedade, nós consigamos sim mudar toda essa cultura de corrupção que se tem ainda hoje em dia. Mas se tem a corrupção, é certo que nós temos também, nós conseguimos visualizar nas redes sociais, dentro desses movimentos populares o anseio da sociedade de modificar essa realidade. E não sabendo por onde começar, nós também estamos dando a oportunidade de fazer algo possível, viável para que a gente possa modificar essa realidade. Juntos nós somos muito mais.

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