DSC_0454Fotos: Farol de Notícias /Alejandro García

FAROL ENTREVISTA – PROFESSOR ISRAEL SILVEIRA

Na manhã desta terça-feira (29) a redação do Farol recebeu a visita do ex-secretário de Educação, Israel Silveira, pré-candidato a prefeito de Serra Talhada pelo PMDB. Numa conversa  franca, Silveira analisa os últimos acontecimentos da política e diz que não está para brincadeiras na disputa pela prefeitura. Confira!

—– Por Giovanni Sá com apoio da repórter Manu Silva —–

FAROL: Professor, seja bem-vindo à redação do FAROL DE NOTÍCIAS. Com a saída dos vereadores Edmundo Gaia e Dedinha Inácio do PMDB já se comenta que o partido ficou enfraquecido e menos competitivo para 2016. O senhor concorda com essas afirmações que rolam nos bastidores da política? E como o senhor avalia a saída dos dois vereadores?

ISRAEL SILVEIRA: Bom dia Giovanni, obrigada pela receptividade aqui na tribuna do FAROL, permita-me usar essa expressão. Bom dia Paulo Cesar e Alejandro. De fato já estávamos esperando essa saída de Edmundo e de Dedinha. Não é novidade porque todos sabemos que eles fazem parte da base do governo atual e de certa forma até dependem da estrutura do governo para manterem suas bases. Então, era esperada essa saída deles ocorresse. De outro lado, há uma movimentação que vem ocorrendo com outros postulantes para disputar principalmente uma vaga na Câmara de Vereadores. A chegada dos demais dependia exatamente da saída de Edmundo e de Dedinha, que são grandes lideranças, são pessoas que têm o nosso respaldo, têm o nosso respeito, enfim.

Fizeram a opção deles e abriram portas para outros que querem adentrar a sigla do PMDB e a expectativa é que a gente consiga de três a quatro cadeiras na Câmara de Vereadores com os que estarão chegando. E se você me perguntar: pode antecipar os nomes? Eu digo que não ainda. A gente está bem próximo, se não for sancionada a prorrogação do tempo, prorrogação na verdade diminuindo de um ano para seis meses as filiações, então temos praticamente dois ou três dias para que tudo isso aconteça e toda a relação vai se tornar pública. A relação dos que vão postular uma vaga a Câmara de Vereadores pelo PMDB.

FAROL: Mas a pergunta que fica professor, pegando esse gancho do senhor, é como vai ficar a questão dos puxadores de votos? Porque quem pretende competir uma cadeira na Câmara tinha em Dedinha, por exemplo, o vereador mais votado, um possível campeão de votos que poderia puxar outros, como aconteceu em 2012. Como fica essa situação com a saída de dois ‘Ases’ do partido, vocês ficam praticamente sem estrelas? Vai ter puxador de votos nesse novo leque que vem por aí?

ISRAEL SILVEIRA: Pois bem, a questão de puxador de votos vamos colocar isso como uma surpresa. Inclusive Dedinha se constituiu um puxador de votos e foi uma surpresa, antes dos resultados das eleições não se esperava que Dedinha chegasse a votação que chegou. Também não dá para aqui afirmar que ele terá a mesma votação que tirou. Eu acho que cada eleição tem as suas circunstâncias e de repente pode surgir outro ou outros puxadores de votos.

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FAROL: Vamos agora para a pré-candidatura do professor Israel, o senhor continua no páreo, apesar de ter dado esse mergulho? Há também comentários que a sua candidatura não seria para valer. O senhor estaria lançando seu nome para compor uma possível cabeça de chapa com o PR. A minha pergunta é: a pré-candidatura do professor Israel é para valer ou é uma estratégia do PMDB para ficar na cabeça de chapa com o PR?

ISRAEL SILVEIRA: Giovanni, nós estamos acompanhando os lançamentos de pré-candidaturas, o meu nome e tem outros nomes e aí eu faria uma devolução da pergunta, qual foi a candidatura ou a pré que até agora pode ser dita que é para valer? Nesse sentido, em uma escala de 0 a 100% de chances, quem é que emplacou 90 ou 100% de chances de ser o candidato? Então, esse período que vivemos é um período onde os nomes são postos para as siglas e as possíveis aliança. Há a princípio essa apreciação interna dos partidos e depois com aqueles que possivelmente estarão alinhados no campo das oposições. Mas a pré-candidatura o próprio nome já diz, o nosso nome continua firme, a gente continua no campo das discussões, das negociações, continua defendendo um espaço.

Vamos partir para a apreciação dos nomes junto à população, porque por enquanto a apreciação ocorre muito que internamente. E aí não tenho dúvida que sendo o nosso nome muito bem apreciado, e esperamos que seja, em função do que a gente representa, do nosso espaço que já ocupamos, da vivência que temos com a máquina pública, do conhecimento que temos com as pessoas. Creio que o nosso será bem aceito e aí vamos exatamente para o momento das composições. Então, permanecemos firmes, o PMDB permanece firme com o nome do professor Israel Silveira.

FAROL: Ontem a noite teve uma reunião do diretório municipal aqui em Serra Talhada, dá para adiantar para os leitores do FAROL o que foi debatido?

ISRAEL SILVEIRA: Olha, o que foi debatido foi política, conjunturas, políticas, alianças, composições, como a gente vai se comportar. Isso é o que eu posso adiantar, foi uma reunião estratégica como todos os partidos estão fazendo, mas o que eu não posso adiantar agora é o que foi discutido em função de qual nome, de A, B, C ou D. Porque está tudo na questão do campo estratégico.

FAROL: Qual vai ser o discurso do PMDB na disputa de 2016. Eu pergunto por conta que o Duquinho, faz parte do diretório, mas está saindo da presidência e há especulações que na reta final pode haver um selo de paz entre os irmãos. Duquinho poderia recuar em favor do irmão (Luciano Duque) talvez por conta da presença do pai no PSD. É uma pergunta familiar, mas é a seguinte: Qual vai ser o discurso do PMDB? Um discurso de oposição ferrenha e radical em cima do governo? E essa história do possível recuo em função dos laços familiares, o senhor acredita nisso?

ISRAEL SILVEIRA: Veja bem, a princípio eu gostaria de fazer uma separação bem clara, apesar de que isso na cabeça de muitas pessoas não se separa ainda. O PMDB sigla, com o seu diretório, onde Duquinho tem uma grande liderança aqui no PMDB desde o período de sua fundação. A gente faz parte desse diretório, então nós temos uma discussão dentro do PMDB e aí temos outra discussão de família. A gente tem separado muito bem essa questão, até porque eu entendo que familiarmente, no momento que tiver de tratar de questões familiares, eu creio que a família do senhor João Duque continua bem unida.

Agora para tratar de política cada um está falando conforme os seus ideais, conforme os seus projetos, conforme o que defende. Agora é claro que, não sei número, não sei percentual, mas há aqueles que apostam no selo mais uma vez. De paz eu não diria porque eu não consigo enxergar algo que seja diferente de paz, continuo entendendo que a família está em paz. Porém, Duquinho tem a opção de marchar com o PMDB fazendo oposição ao governo atual e não creio que isso vá acontecer. Não creio porque temos conversado com Duquinho, sabemos que ele é uma pessoa séria, uma pessoa firme, uma pessoa de conduta que todos os serra-talhadenses já conhecem e Pernambuco também.

No momento certo creio também que ele vai se posicionar sobre isso, deixando bem claro que nós precisamos nesse momento falar muito mais do PMDB, do projeto do partido, das alianças em função da oposição do governo atual. Reservando o espaço que é de família para que no momento certo se discuta, se converse entre eles e cabe exatamente a eles. Eu não considero desunião, considero entendimentos diferentes.

FAROL: Professor, o governo do PT chega agora aos três anos, o senhor foi secretário de educação no município, na gestão de Carlos Evandro e fez um trabalho muito bom, em minha opinião. A pergunta é, o senhor vê avanços nesses três anos de gestão de Luciano Duque, especificamente na educação? Dá para fazer um balanço de avanços positivos para a comunidade de Serra Talhada?

ISRAEL SILVEIRA: Olha Giovanni, a princípio eu gostaria de registrar que eu tenho uma grande admiração pelo professor Edmar Júnior, que se constituiu o nosso sucessor na pasta de educação e que é uma pessoa extremamente comprometida desde sempre com os seus trabalhos, e aí obviamente ele assumiu em julho de 2013 com a nossa saída. Em 2013, no final, houve uma avaliação do Ideb, com índices técnicos e haverá outra avaliação do Ideb agora, em novembro deste ano que deverão estar sendo divulgados os resultados, creio que entre maio e junho do próximo ano. Então, eu me resguardo de fazer qualquer avaliação nesse sentido, a não ser com índices técnicos. Vamos esperar, vamos esperar o que é que Serra Talhada vem produzindo e relação ao que será aferido.

DSC_0452FAROL: Mas e quanto ao governo como um todo?

ISRAEL SILVEIRA: Aí é outra questão, eu quero me eximir no momento de emitir pareceres avaliativos para o governo atual. Porque no momento ideal que a gente for fazer isso a gente vai estar com números técnicos. No momento em que a gente esteja já com números decisivos, no momento da campanha para se apresentar, antecipar avaliação, nesse momento, pelo cunho político eu não quero e pelos índices técnicos eu creio que não seja o momento ainda.

FAROL: Essa é a segunda vez que eu faço essa provocação ao senhor e acaba saindo pela tangente. Fiz essa mesma pergunta durante a Exposserra e a resposta não mudou muita coisa. A impressão que eu tenho é que vocês estão guardando munição pesada para 2016 ou o PMDB não tem nenhuma opinião, nenhum fechamento sobre a gestão Duque? Cada cidadão individualmente tem, eu estou perguntando ao senhor como peemedebista.

ISRAEL SILVEIRA: Muito pelo contrário, nós somos oposição ao modelo de gestão do governo Duque, exatamente porque nós entendemos um modelo diferente, que esse modelo será apresentado exatamente no momento certo. Um novo projeto, uma nova perspectiva a partir do que se tem de dados concretos da gestão Luciano Duque. O que a gente quer evitar nesse momento é fazer uma avaliação pelo calor da política, fazer uma avaliação simplesmente porque está no campo da oposição. Se a avaliação é técnica, a gente vai aguardar todos esses dados, todos esses números, todos esses índices para fazer avaliação justamente no momento em que o povo estiver preparado para ouvir.

Até porque, nesse momento, nós que estamos mais envolvidos com a política a gente está discutindo política, mas 90% da população estão nos seus afazeres, não estão dando importância a essa temática da política nesse momento. Então, vai chegar um momento em que as pessoas estarão de ouvidos abertos, atentos para o entendimento e para fazer uma avaliação do que é o governo atual, como deveria ser? Como antes se trabalhava? Como está Serra Talhada no momento? E o que é que se tem de perspectiva para o futuro? Isso tanto em educação, quanto em outras áreas. Então, a gente se resguarda para fazer avaliação no momento certo. Antecipar essa discussão da crítica pela crítica, do confronto, vamos trabalhar com uma pauta propositiva.

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FAROL: Antes da gente terminar esse bate papo, eu gostaria de saber do senhor sobre o movimento pela Gerência Regional de Educação em Serra Talhada, em que pé está? O movimento foi encabeçado pelo PMDB e eu gostaria de saber se tem alguma novidade em relação a GRE em Serra Talhada?

ISRAEL SILVEIRA: Houve um grande movimento, uma grande mobilização, inclusive com as principais lideranças políticas regionais e inclusive da capital dando apoio ao projeto. Tecnicamente todos entendem que é viável, mas infelizmente a gente entra em um momento em que a tônica para os governos é de contenção de gastos. Reduzir despesas e obviamente a implantação de uma regional de educação, mesmo que não grande, ela implica em uma despesa a mais. Então, eu creio que o projeto tecnicamente foi muito bem defendido, muito bem aceito e tenho certeza que no momento ideal vai entrar em pauta para as decisões do governo atual. Para que seja executado e implementado esse equipamento público, que Serra Talhada é merecedora. Isso não se discute, então ainda conseguimos enxergar com muito otimismo que nós teremos muito em breve essa instalação em Serra Talhada.

FAROL: Para finalizar, a candidatura de Israel Silveira representa dias melhores para Serra Talhada? Sinais de esperança?

ISRAEL SILVEIRA: Com certeza. Com certeza o que a gente está organizando para apresentar a população no momento certo é uma pauta onde as pessoas se sintam melhor representadas na gestão do município. Nós sabemos que Serra Talhada é uma cidade onde os seus habitantes, os seus patriotas defendem muito bem o seu espaço, a sua terra, o seu progresso, o seu dinamismo aqui na região do Pajeú. E a gente vem exatamente colocando em todas as áreas, no momento ideal, o que Serra Talhada poderá ser muito melhor do que está sendo hoje.

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