O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordaram em uma conversa telefônica ocorrida de terça para quarta-feira em agir conjuntamente contra o Estado Islâmico nas cidades sírias de Al-Bab e Raqqa, ambas controladas pelos militantes, disseram fontes da Presidência turca nesta quarta-feira.

Os dois líderes debateram temas como uma zona segura na Síria, a crise de refugiados e a luta contra o terrorismo, segundo as fontes, que acrescentaram que Erdogan exortou os Estados Unidos a não apoiarem a milícia curda-síria Unidades de Proteção Popular (YPG, em curdo).

Trump falou sobre o “compromisso compartilhado (dos dois países) no combate ao terrorismo em todas as suas formas”, e saudou as contribuições da Turquia no enfrentamento ao Estado Islâmico, disse a Casa Branca em um comunicado, mas sem dar maiores detalhes.

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As Forças Democráticas da Síria, uma aliança de milícias apoiadas pelos EUA, iniciaram uma nova fase de sua operação contra os militantes em Raqqa no sábado.

A Turquia, aliada da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e parte da coalizão encabeçada por Washington contra o Estado Islâmico, vem repetindo que deseja ser parte da operação de libertação de Raqqa, mas que não quer que a YPG se envolva.

As relações de Erdogan com o ex-presidente norte-americano Barack Obam, foram prejudicadas pelo apoio dos EUA à YPG, que Ancara vê como uma organização terrorista e uma extensão dos militantes curdos de uma insurgência na Turquia.

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O Exército turco e grupos rebeldes sírios que este apoia estão combatendo o Estado Islâmico em uma campanha separada ao redor de Al-Bab, situada a nordeste da cidade de Aleppo. Ancara já se queixou da falta de auxílio dos EUA para essa campanha.

As fontes turcas disseram que o diretor da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), Mike Pompeo, irá visitar a Turquia na quinta-feira para discutir a YPG e o combate à rede do clérigo turco Fethullah Gulen, que mora nos EUA e que Ancara acusa de ter orquestrado uma fracassada tentativa de golpe de Estado de julho passado.

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A Turquia tem mostrado frustração com o que enxerga como uma relutância norte-americana para entregar Gulen, autoexilado na Pensilvânia desde 1999. Washington não confirmou de imediato a viagem de Pompeo.

Do Reuters