Eritreia e Etiópia anunciam fim de guerraDo Diario de PE

Eritreia e Etiópia assinaram nesta segunda-feira (9), em Asmara, uma declaração conjunta que estipula que os dois países já não estão em guerra, anunciou o ministro eritreu da Informação, Yemane Gebremeskel.

O texto, assinado pelo presidente da Eritreia, Issaias Afeworki, e o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, declara que o “estado de guerra que existia entre os dois países chegou a seu fim”. “Tem início uma nova era de paz e amizade”, indicou Yemane no Twitter.

O documento confirma que serão retomados o comércio, os transportes e as telecomunicações, que serão restabelecidas as relações diplomáticas e a implementação do acordo de paz de 2000, assinado em Argel. Este foi o primeiro encontro em 20 anos entre os dois mais altos dirigentes eritreu e etíope.

Abiy também expressou a vontade da Etiópia de ceder para a Eritreia um território fronteiriço disputado que continua ocupando, apesar de uma sentença contrária de uma comissão independente internacional de 2002 apoiada pela ONU.

O rechaço da Etiópia de ceder o território bloqueava as relações bilaterais apesar de os países terem acabado com as hostilidades após a guerra que os opôs entre 1998 e 2000, e que deixou 80 mil mortos.

Em abril deste ano, Abiy, de 42 anos, chegou ao poder em Adis Abeba, o que abriu caminho para a normalização das relações.

Abiy lançou reformas sem precedentes no segundo país mais povoado da África.

Entre as mudanças está o anúncio, no início de junho, de sua intenção de aplicar o acordo de Argel de 2000 assinado com a Eritreia e as conclusões da comissão internacional sobre os limites fronteiriços. A iniciativa foi bem recebida pelo presidente eritreu.

A região em disputa inclui a cidade de Badme, cuja soberania foi outorgada à Eritreia em 2002. As tropas etíopes deveriam se retirar da área. Os últimos combates nessa zona foram registrados há dois anos.