Os governos da Espanha, França e Alemanha deram neste sábado um ultimato de oito dias ao presidente venezuelano Nicolás Maduro para convocar eleições, pois, em caso contrário, devem reconhecer o líder opositor Juan Guaidó como “presidente encarregado” da Venezuela.
“Se no prazo de oito dias não acontecer uma convocação de eleições justas, livres e transparentes na Venezuela, a Espanha reconhecerá Juan Guaidó como presidente da Venezuela”, afirmou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez.
Este foi o pronunciamento mais explícito de um Estado membro da União Europeia (UE) desde a autoproclamação de quarta-feira do líder opositor de 35 anos como presidente interino do país sul-americano. Guaidó foi reconhecido rapidamente por Estados Unidos, Brasil, Argentina e Colômbia.
O governo da Alemanha seguiu a mesma linha. “O povo venezuelano tem que poder decidir livremente e em total segurança o seu futuro. Caso não sejam anunciadas eleições em um prazo de oito dias, estamos dispostos a reconhecer Juan Guaidó, para que inicie este processo político, como presidente interino”, escreveu no Twitter Martina Fietz, porta-voz do governo de Berlim.
O discurso do primeiro-ministro socialista espanhol aconteceu após dias de negociações para estabelecer uma posição comum na UE que pressionasse Maduro a convocar eleições. Os países membros, no entanto, não conseguiram um acordo na sexta-feira para uma declaração tão explícita como desejava Madri.
Depois de alguns dias de silêncio e pressionado pela oposição de direita na Espanha para reconhecer Guaidó, Sánchez, que conversou por telefone na quinta-feira com o o líder opositor venezuelano, deu um passo adiante neste sábado.
“A todo momento, a Espanha liderou a posição da União Europeia favorável à democracia e à liberdade. E nós fazemos isso em coerência com o nosso relacionamento especial e com a nossa responsabilidade como membro da comunidade ibero-americana”, declarou. “Nós não buscamos colocar ou remover governos na Venezuela. Queremos democracia e eleições livres na Venezuela”, insistiu.
1 comentário em Países europeus dão ultimato de oito dias