Do Diário de Pernambuco

A esposa e três funcionários do fazendeiro Sebastião Ayres De Assis Neto, compareceram na Delegacia de Limoeiro para prestar depoimentos sobre o assassinato que aconteceu, na última terça-feira (29), na Fazenda Haras Vovô Zito, zona rural de Limoeiro, e vitimou o funcionário da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), José Reginaldo de Santana Júnior, de 31 anos. O acusado, que continua foragido, assassinou o técnico da Celpe que foi cortar a energia da residência, que tinha um débito de  R$ 28 mil. O advogado não quis dizer o motivo do fazendeiro não ter ido prestar depoimento e nem mesmo o seu paradeiro. O material dos depoimentos foram obtidos com exclusividade pelo Diário de Pernambuco.

Rosykarla Maria, 37, esposa do acusado

No dia do crime ela disse em depoimento que teria ido ao centro da cidade para resolver problemas do trabalho. Ao retornar para a residência ela encontrou os dois técnicos da Celpe. No momento, segundo ela, tinham dois empregados na residência, o marido não estava. Foi aí que ela ligou para o marido informando à presença dos técnicos. O fazendeiro acusado estava em um bar, do qual é proprietário, no centro da cidade. Rosykarla disse, que teria pedido para que os técnicos aguardassem a chegada do marido, que falou na ligação que já teria pago à conta. Ela informou em depoimento que quando o marido chegou na residência percebeu uma alteração, na conversa do marido e dos técnicos.

Ela não viu o marido com nenhuma arma de fogo, mas que escutou o disparado de dentro de casa. Foi aí que correu até o terraço e viu o seu marido e um dos técnicos, mas não viu o outro funcionário da Celpe. Em seguida, ela recebeu a ligação do advogado que disse ter chegado à residência. O advogado e Rosykarla, foram até o local que o marido estava com os funcionários da Celpe. Chegando lá, a mulher viu um dos funcionários caídos ao lado do veículo da Celpe e percebeu que o marido segurava uma arma de fogo longa.

Nesse momento, ela ficou muito nervosa e começou a gritar na frente do marido. O outro técnico segurou a arma que estava sob posse do marido, e ela escutou quando o marido pediu para que o funcionário fosse até o veículo da Celpe e viu quando o marido colocou o técnico da Celpe dentro do porta malas do veículo. “Eu estou certo, eu sou homem, a conta está paga”, foi o que Rosykarla escutou do marido, ao encontra-lo no primeiro momento.

José Ronaldo, 36, funcionário há sete anos

O funcionário informou em depoimento que após retornar do almoço, por volta das 14h30, foi cuidar dos cavalos nas baias que ficam por trás da residência. Ao retornar, percebeu a presença dos técnicos da Celpe, foi quando guardou a motocicleta, e retornou para conversar com os funcionários, questionando se eles realmente iriam cortar o fornecimento de energia, eles responderam que sim e que estavam com a autorização.

Nesse momento, segundo José Ronaldo, os empregados da residência receberam a ligação de Rosykarla, pedindo para que não cortassem a energia e que o marido dela, Sebastião Ayres, estaria chegando com os papéis. Os funcionários cortaram a energia e guardaram os equipamentos dentro do veículo, momento em que ele foi cuidar dos cavalos.

O mesmo disse que não efetuou a ligação para o seu patrão, informando que iram cortar a energia e também que não teria oferecido dinheiro aos funcionários da Celpe. Depois de 10 minutos ele viu o seu patrão conversando com os funcionários da Celpe, mas não ouviu a conversa e não viu armas. José disse que em nenhum momento escutou qualquer tipo de barulho semelhante ao de arma de fogo.

Quando saiu da residência para levar outra funcionária até em casa, até então, não havia acontecido nada de anormal. Ele disse ter escutado populares comentando sobre o ocorrido na fazenda em que trabalha, mas que não ligou para o seu patrão. José também disse que a porteira ficou fechada com uma corda ao sair e retornar do intervalo do almoço.

Romildo Ramos, 37, funcionário há dois anos

Ele informou que quando largou às 13h, ficaram quatro funcionários na fazenda, entre eles “Nadinho”, como é conhecido José Ronaldo, que estava colocando água nas baias dos cavalos. Segundo ele, um outro funcionário estava dando banho nos cavalos e o mesmo não soube precisar onde estavam os outros dois funcionários.

No momento em que deixou à propriedade ele não viu se os seus patrões estavam lá e não chegou a ver nenhum funcionário da Celpe. Ele só veio tomar conhecimento do ocorrido por populares que comentavam que teriam matado uma pessoa em uma fazenda, mas não disseram onde era.

José Alexandre, 35, funcionário há seis meses

Ao retornar do almoço, de 15h30, ele percebeu a presença de carros de Polícia e nesse momento resolveu retornar para sua residência e disse que não trabalhou mais.