“E ao longo de todos esses meses eles tomou todas essas atitudes sem conversar comigo”. Foi dessa forma, enfática, que a líder do Solidariedade em Pernambuco, Marília Arraes, apontou que toda a culpa pelo isolamento político que o deputado Luciano Duque colhe em Serra Talhada hoje partiu de um erro dele mesmo. Marília agora se aproximou da prefeita Márcia Conrado, de Sebastião e Waldemar Oliveira. E fica claro que o recado para Luciano seja “é tarde demais”.
“Nesse contexto, ele procurou Paulinho da Força [presidente nacional do Solidariedade] sobre uma candidatura [em Serra Talhada]. E eu não sabia, porque até quando ele estava falando comigo ele foi taxativo dizendo que não seria candidato. Eu dei uma entrevista em Serra Talhada dando a maior força de que queria muito que ele fosse candidato. Ele voltou lá depois de minha entrevista, entrou ao vivo numa rádio e disse que se eu quisesse ter um candidato em Serra Talhada mudasse meu título para lá e fosse ser candidata”, lembrou Marília.
“Ele poderia estar incluindo dentro desse grupo grande e coeso que a gente está formando. Por exemplo, o prefeito João Campos vai apoiar Lula Cabral no Cabo de Santo Agostinho e ele poderia ter entrado nessa articulação. Mas em paralelo ao que hoje, depois desses meses todos de aproximação com o governo e tudo mais, e continua votando com a base de governo. Que poderia não ter problema nenhum, desde que com o partido fosse discutido o benefício dessa estratégia para um benefício municipal”.
“CONVERSAR COM O CONJUNTO DE FORÇAS”
“Porque eu entendo a conjuntura de cada município. Cada município tem uma conjuntura diferente, às vezes é necessário se aliar mais ao governo, às vezes é necessário se distanciar. Então, ele me procurou simplesmente dizendo que queria ser candidato e perguntou qual seria a posição do partido. Minha resposta a ele foi que eu precisava conversar com o conjunto de forças do qual nós fazíamos parte hoje para tomar essa decisão.
E ele disse que queria um prazo para isso, e eu disse que não tinha como lhe entregar um prazo hoje. Até porque você me pegou de surpresa, e antes ele procurou Paulinho da Força e ele disse que quem tomava as decisões aqui em Pernambuco era eu. E eu fiquei surpresa, a gente tem feito essas conversas, até com o próprio presidente Lula. Conversei sobre o meu posicionamento nos municípios prioritários para o PT e com as outras forças também. Com o próprio PSB a gente tem conversado e em alguns municípios estamos juntos, em outros não. E Serra Talhada é um deles.”
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