Publicado às 06h17 deste sábado (27)

Por Giovanni Sá, editor do Farol de Notícias

Do ponto de vista histórico, a chamada ‘Idade das Trevas’ simboliza o declínio do Império Romano, enfatizando as deteriorações demográfica, cultural e econômica que ocorreram na Europa. O termo também pode caracterizar o embate luz contra a escuridão. Bingo! é exatamente assim que começo a ver o Brasil, como retornando à Idade das Trevas, após os últimos atos do presidente Jair Messias Bolsonaro, regido sob o olhar do seu astrólogo, Olavo Carvalho.

Nessa sexta-feira (26), num ato de completa insanidade, Bolsonaro anunciou que vai cortar recursos para os cursos na área das ciências humanas, em particular, os cursos de Filosofia e Sociologia, duas disciplinas fundamentais na formação do caráter do ser humano e no estímulo à consciência crítica. Na prática, está condenando a quem se arrisque a querer pensar e questionar de forma independente. Quer apagar a luz, rumo às trevas.

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Como se não bastasse, o insano agiu, novamente, com ‘mãos de tesoura’, ao proibir a veiculação de um comercial de trinta segundos, do Banco do Brasil, onde jovens, entre eles negros, dançavam para estimular a carteira do banco neste seguimento.

Puro preconceito, num País com uma imensa diversidade cultural.

A INÉRCIA

Mas o que mais me assusta é a inércia de quem assiste a chegada da escuridão no Brasil, sem reagir, de forma silenciosa. Em Serra Talhada, por exemplo, onde a comunidade acadêmica cresce a cada ano, nada se escuta sobre estes e outros absurdos. Estaríamos todos a esperar a guilhotina na Praça Sérgio Magalhães?

Por que os jovens silenciam diante o absurdo da censura? Se não estamos próximo às trevas, beiramos ao penhasco da ignorância. Que Deus tenha piedade!