Estátua de cavalo, que não é de ouro, dada pelos sauditas a Bolsonaro. Créditos: Reprodução

Por Revista Forum

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi enganado. Pelo menos é o que se presume após um laudo apresentado pela Polícia Federal, que analisou uma escultura em formato de cavalo dado pelo governo da Arábia Saudita ao então mandatário brasileiro, mostrar que a peça não era feita de ouro, como se pensava inicialmente.

Famoso após aparecer danificado em várias reportagens realizadas à época do escândalo do estojo de joias avaliado em R$ 16,5 milhões, também “presenteado” pelos sauditas, o tal cavalo árabe chegou ao país com as patas quebradas e enrolado em um pedaço de pano, na mochila de um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque. Para analisar o objeto os peritos da PF usaram até um exame de tomografia computadorizada, que revelou que a peça de fato era maciça, mas composta majoritariamente por cobre, um metal muito menos valioso. A escultura, aliás, foi avaliada pelas autoridades em pouco mais de R$ 24 mil. Se fosse de ouro maciço, o valor certamente ultrapassaria a casa dos milhões.

A estátua veio com uma placa onde se lê “Sua Alteza Real, o príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud, ministro de Energia”. Segundo o documento oficial dos peritos “as características da escultura com motivos, elementos e detalhes que remetem à cultura do país de referência na placa, que também abrangem frase dedicatória e identificação do nome, cargo de autoridade e país, são compatíveis com peça estrangeira de boa qualidade customizada e identificada para fins de concessão em ato protocolar de cortesia”, embora o artigo tenha apenas alguns detalhes em ouro, além de um pouco de prata.

“No âmbito da superfície do corpo da escultura do cavalo, mais especificamente nas porções metálicas de cor dourada, verificou-se uma composição majoritária de cobre (89,02 a 94,18%), prata (3,44 a 6,27%) e ouro (1,39 a 3,90%)”, afirmam os peritos no laudo.