Do Diario de PE

Quatro testemunhas de um caso de violência contra a mulher, que teve como vítima uma estudante de publicidade recifense de 22 anos, serão ouvidas nesta quinta-feira (9) pela delegada Ana Elisa Sobreira, na Delegacia da Mulher de Santo Amaro. A jovem acusa um fotógrafo de 26 anos de tê-la espancado e estuprado na casa dele. Ela sofreu violências durante seis horas, das 21h da quarta-feira da semana passada (1) às 3h da quinta (2), quando a mãe do suspeito chegou e pediu para ele parar. O homem ainda ameaçou ambas para que não contassem a história a ninguém.

Em dois dias, a universitária prestou duas queixas contra o agressor e também solicitou medida protetiva. Uma das testemunhas a serem ouvidas nesta quinta-feira é o motorista de aplicativo que transportou a estudante depois de ela ter sido agredida no último sábado. O fotógrafo disse que ia se suicidar e a jovem foi ao seu encontro, sofrendo violência em seguida.

Há algum tempo ela já tentava terminar o relacionamento, que durou dois meses. A vítima conta que o primeiro sinal de alerta surgiu quando quatro mulheres a procuraram para falar sobre o comportamento do fotógrafo. Duas diziam terem sido estupradas e duas alegavam terem sofrido agressões.

Envolvida emocionalmente, a estudante diz que o fotógrafo atribuía os episódios de violência a oscilações nas taxas de glicemia. Segundo ela, o suspeito dizia que queria acertar a contas com a Justiça, mas nunca tomava qualquer atitude prática. Apenas pediu para que a jovem testemunhasse a seu favor, o que ela negou. Certo dia, o casal foi à praia com uma amiga da estudante. Furioso durante uma discussão, o fotógrafo quebrou o fone de ouvido da namorada e apontou o dedo na sua cara. A partir daí ela começou a tentar romper o relacionamento, e a violência se intensificou.

Após procurar a polícia, a universitária descobriu que, neste mês, três mulheres solicitaram medidas protetivas contra o fotógrafo. “Meu ex-namorado, que vem sendo acusado de uma série de violências, na última madrugada de quarta para quinta me agrediu fisicamente e verbalmente até as quase 4h, no apartamento dele, e só consegui sair por intervenção de sua mãe”, escreveu a estudante de publicidade numa rede social.

A sessão de horrores incluiu um estupro durante o qual o acusado dizia nomes de mulheres que pretendia violentar. Ela também divulgou prints de mensagens de WhatsApp entre os dois após a denúncia. “Você quer se fazer de coitadinha por causa de uma ronchas?”, perguntou o agressor. “Você foi uma ingrata”, “desculpe se eu fui firme” e “desculpa se te machucou, mas eu imagino que foi superficial”, foram outras frases escritas pelo homem.

Depois do post, outras mulheres comentaram sobre o comportamento do fotógrafo. “Eu estava numa festa em 2015, quando ele me ofereceu carona. Eu estava bêbada e ele estava sóbrio e morava perto da minha casa. Em vez de me levar para a minha casa, levou para a dele. Insistiu para que a gente transasse. Eu não quis e ele só me deixou em casa duas horas depois. Claramente se aproveitou do farto de eu estar bêbada”, disse uma delas. “No carnaval e bêbada, eu fui estuprada na casa dele. Ela tentou tirar fotos minhas nuas e eu apaguei mesmo depois de levar puxões de cabelo e tapas fortes”, contou outra vítima.