SALJeffson Figueiredo dos Santos viajou 6,7 mil quilômetros em busca de um sonho. Deixou sua Salgueiro, no Sertão pernambucano, para ter seu empenho reconhecido pela Universidade da Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, e se tornar um exemplo entre os 22 mil bolsistas do Programa Ciência Sem Fronteiras, que envia estudantes brasileiros para fazerem graduações e pós-graduações no exterior.

O pernambucano de 23 anos entrou na Lista de Honra da instituição norte-americana, que é uma referência mundial no ensino de Engenharia de Minas, a área de Jeffson. Sem deixar-se abater pela crise, ele voltou para o Sertão, onde faz um estágio em uma empresa de mineração de Trindade (PE). Após a colação de grau, prevista para junho, ele vai procurar concretizar planos para fazer um doutorado na Universidade do Arizona, onde também estagiou, nos EUA.

Filho de um policial militar e de uma enfermeira, Jeffson iniciou sua trajetória há seis anos, quando passou no vestibular de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba. Habilitado pelas boas notas alcançadas, há dois anos conseguiu se classificar para receber a chamada bolsa-sanduíche do Ciência Sem Fronteiras, o que lhe possibilitou fazer intercâmbio durante um ano e quatro meses em Morgantown, cidade de 30 mil habitantes, na Universidade da Virgínia Ocidental.

No curso de inglês da instituição, ele obteve nota máxima. Passou também com nota máxima nas disciplinas de engenharia. “Atingi uma nota geral considerada excelente pela universidade e logo no período seguinte atingi a nota máxima da universidade”, afirma.
Esse desempenho levou à nomeação para a Lista de Honra, em 18 de fevereiro deste ano. “Recebi um e-mail da universidade com uma carta do presidente da instituição me parabenizando e informando sobre minha nomeação. Posteriormente recebi uma nova carta, com certificado”, disse.

“Os nomeados têm seus nomes publicados pela universidade e a nomeação é adicionada ao histórico escolar do aluno. Essa nomeação é bastante valorizada, sendo considerada um diferencial para futuros cursos de mestrado, doutorado e pelas empresas americanas na hora de contratação”, explica Jeffson.

Após estágio em Tucson, Arizona, onde conduziu o escaneamento 3D de uma mina subterrânea da universidade, Jeffson retornou ao Brasil em janeiro. “Conheci tecnologias, pessoas da área, amigos, o que me mostrou que temos muito que avançar, e esse foi um passo importante para o ensino no Brasil”, comentou.

FUTURO
Atualmente, Jeffson estagia na Qualimina Vitória, empresa de mineração de Trindade. “Agora quero ganhar um pouco de experiência trabalhando na indústria de mineração, mas no futuro pretendo fazer doutorado nos Estados Unidos”, contou.

Diário de Pernambuco / Foto: Blog do Finfa