Maria Eduarda foi atingida por fuzil calibre 7.62A estudante Maria Eduarda Alves Ferreira, de 13 anos, foi atingida na perna por um tiro de fuzil calibre 7.62, munição utilizada tanto por traficantes como pela Polícia Militar. A informação foi conseguida com exclusividade pela GloboNews por meio de uma fonte ligada à Divisão de Homicídios (DH) nesta quarta-feira (5).

A PM usa o Fuzil Automático Leve (FAL), enquanto os traficantes costumam usar o AK-47.

Durante depoimento prestado à DH, o sargento David Centeno disse que por volta das 16h30 daquela quinta foi dado início a uma operação para combater a ação de traficantes no conjunto de favelas da Pedreira. Na localidade conhecida como Barrinho, ele e o cabo Fábio Dias desceram do veículo blindado que o levaram até o local. Logo em seguida, segundo o sargento, eles se depararam com bandidos armados.

Ainda no depoimento, o sargento afirmou que, após ter trocado tiros com os bandidos, viu dois homens caídos em frente à escola. Segundo ele, o cabo Dias se aproximou de um dos homens, que teria esboçado uma reação, o que levou o militar a atirar.

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O sargento disse ainda que se aproximou do segundo homem caído e que, por se sentir receoso de que poderia haver um ataque contra ele, fez um disparo para se proteger.

No entanto, o delegado da DH, André Leiras, rebateu a versão apresentada pelos PMs. “Conforme se percebeu na análise do vídeo, pode-se atestar que as vítimas estavam no chão, apresentando alguns sinais vitais, mas em momento algum pareciam esboçar reação que ameaçasse os policiais. O excesso restou patente”, explicou.

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Leiras prossegue: “Não há que se falar que os policiais militares agiram no estrito cumprimento do dever legal, pois em momento algum o ordenamento jurídico autoriza os agentes do estado a ceifar a vida de criminosos que já estejam neutralizados”.

Do G1 Rio de Janeiro