Fotos: Farol de Noticias / Max Rodrigues

Informe Especial

Publicado às 05h30 deste domingo (10)

Jovens estudantes e profissionais de saúde e população LGBT de Serra Talhada mobilizaram uma importante ação de capacitação e debates sobre a história de sobrevivência e luta dos gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis no mundo e os mecanismos de LGBTfobia dentro e fora do sistema de saúde brasileiro. Na última quinta-feira (7), cerca de 50 jovens estiveram no auditório do Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam) para o 1º Encontro sobre Homofobia – Eu vejo suas cores.

O Farol de Notícias também foi conferir o evento e conversou com um dos organizadores o Pedro Anderson Ferreira Quirino, 23 anos, que é estudante do 9º período de Medicina da UPE – campus Serra Talhada e presidente do comitê local pleno da International Federation of Medical Students’ Association (IFMSA). Na oportunidade ele detalhou sobre a instituição que reúne diversos países e 7 mil estudantes de medicina do Brasil, todos os campi UPE e 45 filiados no município sertanejo.

“Fundamos a IFMSA em 2017, sou um dos membros-fundadores, quando fizemos a primeira conferência em prol do combate ao suicídio, apresentamos em São Paulo e criamos nosso comitê aqui. Vimos trabalhando desde então com o objetivo de tirar o estudante da sala de aula e conscientizar para ações e temas que consideramos importantes para o município. Este ano conseguimos o status de pleno que significa que a partir do ano que vem teremos intercâmbio com alunos de medicina indo para outras instituições enquanto outros vêm para Serra Talhada”, descreveu Quirino.

PALESTRANTES

As provocações foram instigadas pelo psicólogo e secretário-executivo do comitê técnico regional em saúde integral dos LGBTs da XI Geres, Robson Costa; o estudante de Medicina e presidente do IFMSA, Pedro Quirino; Alexandre Lima, que é médico atuante na atenção básica de Serra Talhada, na emergência e urgência do Hospam, preceptor do rodízio do internato de Medicina de Saúde e Comunidade/Saúde Coletiva da UPE.

Além de trabalhar como voluntário na APAE local; assim como a estudante de Ciências Biológicas da UFRPE-UAST, integrante do Dadá (Grupo de Pesquisa em Relações de Gênero, Sexualidade e Saúde da UFRPE-UAST) e a primeira mulher transexual a solicitar e instigar a política do uso do nome social na UFRPE.

PARCERIAS DE SUCESSO

O Eu vejo suas cores chamou atenção da população LGBT de Serra Talhada e também conquistou parcerias importantes, como o Grupo de Pesquisa em Relações de Gênero, Sexualidade e Saúde da UFRPE-UAST (Dadá) e o médico Alexandre Lima, que é graduado pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, formado em novembro de 2018 e já integra o quadro de profissionais que presta serviço na cidade.

O Farol também conversou com Alexandre Lima que abraçou a causa e tem mobilizado campanhas sociais junto aos estudantes. Segundo ele, a classe médica deve se inserir nessas atividades e vê-las como oportunidades de atualização sobre temas e condutas junto aos pacientes que se renovam para os médicos e demais profissionais de saúde.

“Quando eu vejo o público que recebemos hoje, que são da própria população LGBT e também os heterossexuais, vejo a a importância do movimento para saber lidar realmente com o paciente LGBT. Vimos atitudes que não podemos cometer, como também vimos que temos que ter um olhar mais atento e a sensibilidade para atender esses pacientes, não só em mente a dor ou patologia, mas atendê-lo em sua plenitude como pessoa. Isso eu não tive na minha graduação, e precisamos de movimentos como esses para saber lidar com situações diversas que acontecem na prática e não são ensinadas em livros. Eu esperava mais colegas da classe médica, que atuam a mais tempo e que precisam discutir essas práticas também”, refletiu.

PARTICIPE DA AÇÃO

Será realizada uma ação social na Academia das Cidades do bairro Ipsep na próxima quarta-feira (13), a partir das 17h. Na oportunidade os estudantes apresentação mini-palestras e pesquisas sobre as temáticas LGBTs, roda de diálogo e um ato simbólico em homenagem a todos os LGBTs mortos e violentados. Conheça mais sobre o IFMSA e os projetos de extensão dos estudantes de Medicina de Serra Talhada pelo Instagram @ifmsabrazil_upest.

Nicolas Theodoro dos Santos, 24 anos, homem trans e estudante do 7º período de Fisioterapia da FIS disse que se surpreendeu ao ver estudantes mobilizados contra a homofobia e a curiosidade o levou ao evento

Na oportunidade os presentes responderam a questionários que servirão de banco de dados para pesquisas dos estudantes que integram o IFMSA