O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quarta-feira (8) que a folha de coca “venceu” a batalha contra os Estados Unidos, que buscava sua erradicação total, ao sancionar uma lei que aumenta de 12 mil para 22 mil hectares a superfície legal de cultivos da planta no país andino.

No ato de promulgação da lei, Morales disse que com a mesma está garantida “por toda a vida” a produção de folhas de coca nos departamentos de La Paz e Cochabamba, no centro do país, porque esta foi a “luta” dos cocaleiros contra os diversos planos que tentaram impor para eliminar definitivamente as plantações.

“Em outras palavras, a folha de coca venceu o império americano, a coca venceu os Estados Unidos nesta dura batalha, porque os Estados Unidos querem zero de coca”, afirmou o presidente.

O líder boliviano aprovou a nova Lei da Coca no palácio de governo em La Paz diante de ministros, chefes militares e policiais, sindicalistas ligados ao governo, parlamentares governistas e produtores de folhas de coca, sobretudo da região central de Chapare, seu reduto sindical e político.

No evento, Morales, o vice-presidente Álvaro García Linera, vários ministros e chefes policiais usavam colares feitos com folhas de coca.

A planta tem na Bolívia usos culturais, rituais e medicinais reconhecidos na Constituição vigente desde 2009, mas uma parte da produção é desviada para o narcotráfico para a fabricação de cocaína.

A produção da planta no país foi regulamentada até hoje pela chamada Lei 1008, vigente desde 1988, que também estipulava os parâmetros para a luta contra o narcotráfico.

A antiga norma estabelecia um limite máximo de 12 mil hectares de cultivos legais que só podiam ser produzidos na região subtropical dos Yungas, em La Paz.

Além disso, um convênio assinado pelo governo de Carlos Mesa (2003-2005) com os cocaleiros permitia que o cultivo em Chapare de um máximo de 3.200 hectares, mas os camponeses dessa região sempre cultivaram mais que o dobro deste volume.

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