Do G1

O ex-deputado estadual do Rio de Janeiro, Silas Bento, e o filho dele, Vanderson Bento (PTB), foram presos na manhã desta sexta-feira (23) em uma operação do Ministério Público que apura um esquema de “rachadinha” no gabinete do ex-parlamentar na Assembleia Legislativa do estado (Alerj). As prisões foram em Cabo Frio, na Região dos Lagos.

Silas é o primeiro político preso acusado de participar de um esquema de “rachadinha”. Esta investigação não teve como base o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financerias (Coaf), que originou procedimentos de investigação por causa de supostas rachadinhas de outros parlamentares da Alerj, como o caso do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

De acordo com a denúncia do MP, aceita pela Justiça, Silas Bento embolsou a maior parte do salário de uma servidora por dois anos. Ele se tornou réu por associação criminosa, peculato, extorsão e lavagem de dinheiro. Vanderson, que é candidato a vereador, virou réu pelos mesmos crimes, exceto lavagem de dinheiro.

O advogado de Silas e Vanderson, Adolpho Jabour, informou que assim que tiver acesso aos autos, vai se posicionar e tentar a reversão da prisão preventiva.

A investigação aponta que a funcionária, que admitiu ser fantasma – ou seja, não aparecia para trabalhar – era obrigada a devolver parte do salário e era ameaçada na hora da arrecadação, que era feita pelo filho do parlamentar.

Em dois anos, ela disse que recebeu cerca de R$ 250 mil de salário, pagos pelos cofres da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A investigação revelou que, deste montante, 80% foi devolvido ao então deputado no esquema de rachadinha.

A servidora, Taíssa Saldanha Alves, também é alvo de mandado de busca e apreensão na operação desta sexta-feira. Ela também é ré por associação criminosa e peculato, que é desvio de dinheiro público.

A Vara Criminal determinou ainda que ela compareça mensalmente ao juízo para informar suas atividades, não mantenha contato com Silas e Vanderson, e não se ausente de Cabo Frio por mais de 10 dias.

O G1 tenta contato com a defesa da ex-servidora, mas até as 9h não teve retorno.