Foto: Farol de Notícias/Celso Garcia

Publicado às 05h25 desta sexta-feira (24_

O ex-presidente da Fundação Cultural de Serra Talhada, Anildomá Willams de Souza, foi o convidado do programa Falando Francamente, na TV Farol, nessa quinta-feira (23) e ‘abriu o jogo’ sobre a real participação da prefeita Márcia Conrado, no apoio ao grupo de xaxado Cabras de Lampião, que participou do desfile da Escola Mancha Verde, em São Paulo, com o enredo sobre xaxado, Serra Talhada e Lampião. Tranquilo, Domá também revelou os bastidores da visita de integrantes da Escola Imperatriz Leopoldinense, que foi campeã do Carnaval do Rio de Janeiro, também cantando as proezas de Lampião.

Em abril do ano passado, Domá esteve participando de uma reunião no gabinete da prefeita, acertando detalhes do apoio do município à escola. Em dezembro ele foi exonerado sem qualquer explicação e a Imperatriz não recebeu apoio da prefeitura.

“Aquela reunião em meados de abril, eu posso errar a data, Serra Talhada estava ciente que iria estar com o grupo de Xaxado Cabras de Lampião, nós iríamos para São Paulo e o Rio de Janeiro, para participar das duas escolas. Estava tudo certo e tudo andou tranquilamente e bacana. Quando chegou dezembro, Cleonice Maria [Fundação cabras de Lampião] ligou para o pessoal da Imperatriz no início de janeiro, na primeira ou segunda semana. Cleonice disse: ‘ – Como estão as coisas por aí, os andamentos?’, ‘-Aqui está tudo bem, tudo bacana, tudo certo, mas Serra Talhada não vai participar porque a prefeita [Márcia Conrado] desistiu, não confirmou a participação da cidade’. Essa foi a informação que nós recebemos. A prefeita nunca se manifestou em relação a isso”, esclareceu o ex-secretário.

CARONA NA FOTOGRAFIA

Apesar da negativa no apoio à escola carioca, a prefeita se apressou em espalhar a foto dos integrantes da Imperatriz Leopoldinense no seu gabinete, dando os parabéns ao grupo.

“Achei até estranho essa fotografia aparecer em uma nota do município. Eu achei profundamente estranho, porque nós não tivemos até hoje nenhuma manifestação do poder público comemorando e celebrando essa nossa participação na escola de samba como os feirantes estão. Os Cabras de Lampião participaram em carro alegórico da Mancha Verde. Sábado agora, os Cabras de Lampião retornam para o desfile das campeãs. Nós recebemos apoio, procuramos Josenildo André [Casa da Cultura], e a gente disse: ‘A gente precisa compor essa situação aqui, estamos com empresários, alguns comerciantes, tivemos o apoio das Casas Bandeirantes, do Grupo Pajeú, Antonio Caiçara e Eduardo Vasconcelos, eles apoiaram a gente.  Procuramos Leonardo Salazar da Secretaria de Cultura do estado, e ele também nos ajudou com a nossa participação”, disse Domá Souza, cravando:

“Foram as pessoas que empolgaram a gente. São as pessoas que empolgam a gente quando a gente faz uma apresentação do grupo do Xaxado; quando a gente leva o grupo para se apresentar em uma calçada de igreja;  num terreiro de casa; num grande teatro; quando a gente faz o Encontro Nordestino de Xaxado e o Massacre de Angico. Essa empolgação do público é o que motiva a gente. O que me chama atenção, que eu não quero fazer nenhum tipo de julgamento, mas eu preciso, é entender a falta de empolgação do poder público, não é a falta de empolgação após o resultado, seria de antes, porque o tema é pertinente à Serra Talhada”.

PAPEL DE LUCIANO DUQUE

“A Mancha Verde não homenageou o Cangaço no todo, ela homenageou o Xaxado em Serra Talhada. Por exemplo, eu vou citar sem querer fazer nenhum tipo de comparação, mas eu acho que é justo falar. Na gestão de Luciano Duque qualquer coisa que tivesse projeção para o nome de Serra Talhada, Luciano tinha que fazer uma festa. Luciano mandava entupir a cidade de outdoor, de divulgação nas rádios.  Ele investia nessa parte de projetar a cidade, de promover esse sentimento de empoderamento nas pessoas. Eu acho que com a quantidade de influencer digital, de marketing, do pessoal que cuida dessa parte, da atual gestão [Márcia Conrado], poderia dar um pipoco de trovão nisso daqui. Está mexido de forma espontânea, está mexido porque o Farol insistiu nisso daí, sem querer desmerecer as emissoras de rádios de Serra Talhada, que os blogueiros delas valorizaram para caramba”, enfatizou Anildomá Souza, cravando:

“O Farol de Notícias parecia que estava sendo a assessoria das escolas de samba, empolgando, botando para cima. Eu acho que faltou mais isso daí, porque é preciso essa motivação, é preciso essa participação, e é isso que eu fico procurando entender. Por que isso daí? É por que quem dirige os Cabras de Lampião é Cleonice? É por que Domá faz parte dos Cabras de Lampião? Sei lá porque é. Eu só sei que a história está cuidado de dar essas respostas”.

Confira a entrevista completa no Falando Francamente da TV Farol