Executivos do Twitter acusam Elon Musk de colocar dados em riscoDo Metrópoles

 

Depois de desembolsar US$ 44 bilhões para comprar o Twitter, Elon Musk está tentando recuperar o prejuízo. Além da demissão de boa parte da diretoria da empresa, o bilionário cortou metade dos funcionários da rede social e determinou que a outra metade volte ao trabalho presencial imediatamente.

Alguns dos poucos executivos que restaram pediram demissão nesta semana, alegando que os cortes feitos colocam em risco o próprio funcionamento do Twitter. Um deles foi a diretora de segurança da informação, Lea Kissner.

Segundo o jornal Financial Times (FT), as preocupações são sobre a segurança dos dados de usuários e do cumprimento da política de privacidade do Twitter. Os cortes atingiram as áreas de tecnologia da rede social e, por algum tempo, pairou a dúvida se havia sobrado gente suficiente para garantir que a plataforma permanecesse no ar – tanto que alguns dos funcionários cortados foram chamados para voltar a trabalhar poucas horas horas após a demissão.

O assunto é potencialmente delicado porque o Twitter tem um compromisso legal com a Federal Trade Comission (FTC), dos Estados Unidos, agência responsável por fiscalizar práticas de fraude do mercado que possam prejudicar o consumidor. O acordo, assinado em 2011, trata especificamente da proteção de dados dos usuários da plataforma.

“Nenhum CEO ou empresa está acima das leis, e todos devem seguir as determinações legais”, alertou o FTC, em nota ao Financial Times, acrescentando que vê com “muita preocupação” os últimos acontecimentos no Twitter.

Ainda de acordo com o jornal FT, os executivos estariam sendo alertados de que as decisões tomadas por Elon Musk podem levar a pesadas multas aplicadas pelos órgãos fiscalizadores. Isso, somado ao fato de que as receitas do Twitter despencaram desde a aquisição (fato, aliás, admitido por Musk), coloca a plataforma em uma situação ainda mais delicada.