Foto: Página Oficial do PlayGiga no Facebook

O Facebook resolveu investir em um dos serviços que promete crescimento expressivo em 2020. Os jogos virtuais têm conquistado cada vez mais adeptos, isso porque os facilitadores para ter acesso aos jogos são inúmeros. O grupo do Mark Zuckerberg, que não brinca em serviço, percebendo a crescente do segmento resolveu comprar a empresa PlayGiga, serviço de games em nuvem da Espanha.

Fundada em 2013, a PlayGiga oferece mais de 300 jogos de empresas como Warner Brothers, Disney, Capcom e Sega. O Facebook comprou a empresa de realidade virtual Oculus em 2014 por US $ 2 bilhões e agora com a compra da PlayGiga, sua própria plataforma de jogos em nuvem, vai alavancar os negócios e rendimentos do grupo, uma vez que esse setor só cresce.

Com o nome e credibilidade abalada devido a envolvimentos polêmicos e interesses políticos, o Facebook desacelera, mas continua rendendo muito dinheiro. Mas o que chama a atenção é que em relatório divulgado recentemente detalhando a rentabilidade da empresa no ano de 2019, ficou atestado que 98,5% do que é arrecadado vem de anúncios e publicidade. Como a rede social não tem tido um aumento considerável de usuários no decorrer dos anos, é preciso buscar outras fontes de monetização para que o grupo continue crescendo.

E um dos segmentos que só prosperam e gera menos problemas do que a privacidade das contas de usuários, é o de jogos virtuais e/ou em nuvem. É muito comum encontrar pessoas em seus Smartphones na página do Facebook jogando desde as opções mais tradicionais como Candy Crush, como outros jogos mais bem elaborados. O universo dos jogos tem se destacado e possui receitas gigantescas, como exemplo disso temos o aumento considerável de publicidade de casas de apostas e cassino online.

De acordo com o portal Canaltech, os 10 jogos mais bem avaliados do ‘Face’ são os seguintes: Perguntados, Shadow Fight, Ball Pool, Contract Wars, Throne Rush, Red Crucible: Firestorm, Underfire, Clash of Kings, Kamicat Football, DreamsWorks Dragons: Rise of Berk, respectivamente.

Pensando ainda em transformar o ambiente de jogos virtuais mais saudável o Facebook se uniu à Fair Play Alliance em um novo propósito que dará aos streamers de jogos mais controle sobre as conversas que ocorrem em suas próprias salas de bate-papo. Essas regras se basearão nos próprios padrões da comunidade do Facebook a fim de evitar situações de violência e assédio nos chats de bate-papo e grupos de jogos.

A crise moral que sombreia o Facebook

Após sofrer com duras críticas sobre as permissividades e facilidades para maus práticas, a rede social pretende recuperar a credibilidade e confiança dos seus usuários nem que seja estabelecendo normas de comportamento e educação. Além disso, a plataforma sofre com quedas constantes em suas ações por causa das acusações de falta de privacidade e divulgação de informações falsas para favorecer ideais políticos.

Em março de 2019 a NBC News / Wall Street Journal divulgou uma pesquisa que dizia que 60% das pessoas não confiam mais no Facebook para proteger suas informações pessoais. Os casos de processos relacionados a invasão de privacidade contra a rede são inúmeros. Tudo leva a crer que isso seja repercussão ao escândalo da Cambridge Analytica ocorrido em março de 2018. A empresa usou os dados de usuários do Facebook para direcionar anúncios políticos, afetando finalmente os dados de até 90 milhões de usuários e sendo apontada como meio de manipulação de informações.

A Federal Trade Commission (FTC) alega que o Facebook compartilhou dados de usuários com desenvolvedores de aplicativos de terceiros, deturpou a capacidade dos mesmos de controlar o uso do reconhecimento facial, e usou práticas enganosas ao coletar números de telefones dos seus consumidores para favorecer um recurso de segurança, com fins publicitários, segundo informa o portal Digital Trends.

De acordo com o Diário de Pernambuco um estudo divulgado pelo Senado Federal comprovou que grande parte dos brasileiros foram influenciados pelas redes sociais na hora de votar. Segundo o levantamento, 45% da população se baseou em informações que recebeu em redes sociais. O Facebook teria influenciado na decisão de 31% dos eleitores. A pesquisa Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade na Internet foi realizada pelo DataSenado em parceria com as Ouvidorias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal entre os dias 17 e 31 de outubro, contando com a participação de 2.400 brasileiros em todos os estados do país. O levantamento possui o nível de confiança de 95% com margem de erro de dois pontos percentuais.

Porém, não se pode subestimar o esperto Mark Zuckerberg que já mostrou que tem sempre um coelho na cartola para sair de possíveis crises ou ameaças aos seus rendimentos. A maior preocupação para seus opositores é que 2020 é ano de eleição presidencial nos Estados Unidos.