Enquanto a Europa avança nos debates sobre o Fair Play Financeiro, já com sanções de clubes e controle financeiro exigente para os maiores clubes do mundo, o Brasil ainda estuda e planeja a implantação do sistema. O FPF é um regulamento para manter a competitividade no futebol, sem fraudes e gastos excessivos de dinheiro em contratos.

Um dos maiores exemplos da aplicação do Fair Play Financeiro e suas consequências foi a ação da UEFA (Federação Europeia de Futebol) em fevereiro deste ano, que impediu o inglês, Manchester City, de participar das competições europeias por dois anos, além de receber a multa inicial de € 30 milhões de euros, após recursos na Corte Arbitral do Esporte (CAS) baixou para € 10 milhões.

O sistema foi implantado no Velho Continente em 2011, mas ainda deixa diversas questões e dúvidas sobre o seu proceder. Para compreender melhor o Fair Play Financeiro, que foi criado a princípio para garantir que os clubes não caiam na falência, e mantenham sua saúde financeira, o Farol de Notícias reproduz a entrevista do diretor-executivo da Ernst & Young, Pedro Daniel, concedida à Betway Esportes, site de apostas esportivas online, onde explica que:

“O Fair Play Financeiro não foi criado para punir ninguém, nem criar sanções. Ele visa apenas o desenvolvimento sustentável, sem lavagem de dinheiro. Os donos têm permissão para fazer aportes de até 30% da receita do clube. Se não passar disso, não há porque punir”.

A norma que pegou o Manchester City em cheio determina que a participação de empreendimentos ligados aos proprietários dos clubes não deve ultrapassar mais que 30% das receitas totais. 

REGRA DO JOGO NO BRASIL

De acordo com o presidente da Comissão de Direito Esportivo do Instituto de Advogados Brasileiros, Maurício Corrêa, a fase de planejamento do modelo de  Fair Play Financeiro para o Brasil deverá trazer resultados ainda este ano. “A partir do momento que você tem uma gestão eficaz, com a visão de que as despesas não podem superar as receitas, cresce a possibilidade de atrair os investidores”, completa Maurício Corrêa.

A regra busca adequar os clubes a gastarem o dinheiro que estão dentro da sua arrecadação anual, sendo assim, clubes com mais receita poderão sim investir mais em seu time. “O Fair Play Financeiro não é um movimento socialista, que busca o equilíbrio financeiro entre os clubes. Se você tem mais dinheiro, você vai gastar mais”, confirma Pedro Daniel.

Caso seja aplicado no Brasil, os especialistas avaliam as possíveis punições que os clubes estarão sujeitos se desobedecerem ou burlarem as regras. Entre elas, multa, dedução de pontos nos campeonatos em vigência, repreensão, multas, retenção de receitas, proibição da inscrição de novos jogadores, entre outros prejuízos.