Publicado às 5h deste sábado (08)
Uma fala desastrosa do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), nessa sexta-feira (7), causou revolta e indignação em amigos, familiares e admiradores do empresário serra-talhadense João Magalhães, morto a tiros, ao ser feito refém por assaltantes de banco, ao lado do filho Vinícius e mais três parentes que vinham de São Paulo, no município de Milagres (CE).
Em entrevista à imprensa, o governador chegou a colocar em xeque a idoneidade das vítimas, mortas violentamente, após serem feitas de ‘escudo-humano’ pelos bandidos, durante confronto com a polícia daquele estado. “É estranho um refém de madrugada no banco”, questionou ele.
Tudo leva a crer que as forças policiais do Ceará não prezaram pela segurança dos reféns em nenhum momento durante o tiroteio, não tomando qualquer ação de cautela de negociação com os bandidos para evitar um massacre que ganhou dimensões nacionais nesta sexta.
Agora, toda Serra Talhada está em choque e consternada com a dor dos familiares do empresário João Magalhães.
NOTA DE REPÚDIO
A declaração do governador Camilo Santana foi a gota d’água para que o vereador serra-talhadense Sinézio Rodrigues, que é do mesmo partido de Camilo, emitisse uma nota de repúdio reprovando a postura insensata do correligionário.
Em contato com o Farol de Notícias, Sinézio disse que o governador Camilo Santana foi infeliz. “Ele foi infeliz em sua fala e merece receber repúdio até de nós mesmos do PT. Então vou apresentar à Câmara Municipal uma Moção de Repúdio a essa declaração infeliz do governador”, adiantou Sinézio ao Farol, por telefone.
Além do governador do Ceará, outras autoridades parecem tentar minimizar a responsabilidade do Estado no massacre de Milagres. Nessa sexta (7), o ministro da Segurança Pública, Raul Jungman, disse que “tragédias como essas acontecem”. Ao todo, o tiroteio deixou 14 mortos.
O sepultamento do empresário João Magalhães, seu filho Vinícius, e demais parentes que vinham de São Paulo para passar o Natal em Serra Talhada deve ocorrer neste sábado (8).
Camilo Santana induziu que os serra-talhadenses
assassinados como reféns em Milagres poderiam
ter compactuado com os bandidos
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