Há 32 anos abalos sísmicos são registrados no Agreste de Pernambuco devido a um sistema de falhamento geológico que existe na região. De acordo com o sismólogo da Universidade de Brasília (UnB), George Sand, os fenômenos – que ocorrem desde 1984 – são frequentes. “É como se houvesse uma rachadura na geologia da região. Quando o sistema se movimenta, ocorrem os tremores”, explicou ao G1.

O Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) registrou 448 abalos das 12h20 da terça-feira (23) até às 10h da sexta-feira (26). Na terça houve um tremor de 3.8 de magnitude entre os municípios de São Caetano e Caruaru – o maior neste período.

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Ainda segundo o sismólogo, não há uma causa específica para que estes fenômenos ocorram. “Os tremores acontecem independente do clima e de qualquer outro fenômeno da natureza. Eles são comuns. Muitas pessoas associam ao tempo chuvoso ou ao tempo quente, mas não tem nenhuma relação”, afirmou George Sand.

O sismólogo da UFRN Eduardo Menezes esclareceu ao G1 que estes fenômenos fazem parte do mecanismo do planeta. “Em determinados locais da Terra, os esforços ou forças que atuam no interior do planeta provocam movimentos nas rochas fazendo elas se moverem. É assim que se geram os tremores. Em alguns lugares [os abalos] são fortes e em outros, fracos. Às vezes os fenômenos nem chegam a ser observados”, detalhou.

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George Sand ainda esclareceu que não há como prever estes fenômenos. “As rochas que fazem parte da geologia estão em constante movimento e em muitas regiões do Brasil este sistema geológico tem falhas. E nem toda falha é capaz de causar tremor. Estes abalos são como tsunamis: acontecem quando menos esperamos. É impossível prever este fenômeno da natureza”, diz.

G1