cegueiraA falta de esterilização de instrumentos usados em um mutirão de cirurgias de catarata provocou a contaminação pela bactéria pseudomonas em 22 pacientes de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, no dia 30 de janeiro. Uma parte dessas pessoas perdeu a visão do olho operado e 11 tiveram de retirar o globo ocular.
A conclusão está no relatório da Comissão de Sindicância da prefeitura, divulgado hoje (29), e aponta que a equipe do Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, empresa contratada em 2014 pela prefeitura para o mutirão, não esterilizou os instrumentos antes de iniciar as cirurgias em 27 pacientes. Desses, 22 foram infectados.
Segundo o laudo, a equipe não esterilizou os instrumentos entre um paciente e outro, o que disseminou a bactéria. Também foram desrespeitadas práticas de higiene como lavagem das mãos, troca de avental cirúrgico e esterilização de materiais. A equipe ainda compartilhou o material perfurocortante entre os pacientes, mostra o relatório.
Na conclusão do laudo, a origem da contaminação estava nos instrumentos antes do início do mutirão, por isso os primeiros pacientes submetidos à cirurgia foram os mais afetados pela contaminação. “Considerando que os pacientes não contaminados foram os últimos a passarem pelo processo cirúrgico, a hipótese é que a reposição dos líquidos degermantes nas cúpulas utilizados para a higienização dos instrumentais por submersão tenham diminuído a carga bacteriana presente no material não estéril”.
Agência Brasil