CASALOs benefícios do casamento para a saúde são amplamente documentados, com um dos principais estudos datando de 1897, ano de publicação do clássico Suicídio, de Emile Durkheim. Na obra, o estudioso francês aponta que os casados gozam de melhor saúde física e mental, tendo, inclusive, menor risco de atentar contra a própria vida, em relação aos solteiros. No entanto, nas últimas décadas, pesquisas têm mostrado que nem todos os casamentos são benéficos. Por exemplo: a falta de sincronia nos horários de dormir, sugerem pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, pode ser um ponto de tensão capaz de comprometer a convivência doméstica.

Segundo os autores, em média, um terço dos adultos casados ou que vivem juntos diz que os problemas no sono afetam o convívio negativamente. “O sono dos casais é mais sincronizado do que o de indivíduos aleatórios. Isso sugere que os nossos padrões de sono são regulados não somente pelo quanto dormimos, mas também pela pessoa com quem dormimos. Quase tudo que sabemos sobre o sono vem de estudos individuais. No entanto, para a maioria dos adultos, o sono é um comportamento compartilhado entre parceiros de cama”, explica Heather Maranges, principal autora do estudo.

A privação constante do sono aumenta o risco de problemas de saúde física, como diabetes tipo 2 e hipertensão. Além disso, tributa pesadamente na função cognitiva, uma capacidade imprescindível para a manutenção das relações sociais. Como o sucesso de um casamento depende de exercício mental contínuo, os pesquisadores imaginaram que a qualidade do descanso poderia influenciar na forma como as pessoas vivem seus relacionamentos. Afinal, eles dizem, o repouso participa da autorregulação e do autocontrole, afetando a forma com que as pessoas enxergam a rotina, inclusive de relacionamentos.

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