Publicado às 17h40 desta quinta-feira (16)
Por Clayson Cabral, especial para o Farol
Vem crescendo os crimes de empréstimos falsos em Serra Talhada. O caso mais recente que aconteceu na cidade vitimou Alice Silva, de 27 anos.
Bastante preocupada, a filha dela chamada Aline Silva, acionou o Farol de Notícias no sentido de sugerir uma pauta de orientação às vítimas após saberem que seu nome está negativado por algo que nunca assinaram.
Aline conta que estava acompanhada de sua mãe quando foram fazer uma retirada de um produto em uma loja do Centro de Serra Talhada quando foi informada pela funcionária do estabelecimento que o nome da dona Alice estava negativado devido três supostos empréstimos que juntos somavam R$ 16 mil.
“Quando soube fomos ao advogado, mas ele ainda não nos deu retorno algum. O banco desse suposto empréstimo foi o Itaú. Ainda estamos esperando o resultado e estamos sem saber o que fazer, pois o nome de minha mãe está negativado e não podemos fazer mais compras”, lamentou Aline.
Diante as dúvidas da leitora, o Farol conversou com o presidente da OAB – Seccional Serra Talhada, Allan Pereira Sá, sobre os recentes casos de estelionato e empréstimos falsos, para saber as medidas que os consumidores podem tomar no caso de cobranças indevidas e quais os seus direitos.
FAROL ENTREVISTA
Presidente da OAB-Seccional Serra Talhada
ALLAN PEREIRA SÁ
FAROL – Dr. Allan, qual o primeiro passo a pessoa vítima desse tipo de golpe deve tomar ao saber que seu nome está negativado por um empréstimo que nunca contraiu?
Allan Pereira – No caso do cidadão ou cidadã que for lesado por cobranças indevidas, enriquecimento ilícito por parte de alguma empresa que esteja sujando o seu nome o primeiro passo é o advogado da vítima acompanhá-la até delegacia e registrar o boletim de ocorrência.
FAROL – Mas com que prova o consumidor poderá rebater a aquisição do empréstimo?
Dr. Allan – O próprio boletim de ocorrência pode servir como prova da boa fé do cidadão de sentir-se lesado por estelionato ou por cobrança no seu contra-cheque.
FAROL – Há alguma outra alternativa?
Dr. Allan – Uma segunda alternativa também seria procurar os serviços do Procon e o advogado pode acompanhar a vítima e entrar com uma ação na Justiça contra essa cobrança indevida. Se caso, por exemplo, for um aposentado do INSS que cai em uma armadilha como essa, e vê seu nome negativado por uma fraude, pode pedir ao juiz do Serasa para retirar seu nome.
FAROL – Dr. Allan, a cobrança indevida nos casos destes empréstimos falsos pode gerar indenização por danos morais ao cidadão prejudicado?
Os bancos podem sim se responsabilizar por essas cobranças e podem ser condenados a pagar uma indenização por danos morais. Quando a vítima identificar que está com o nome negativado, oriento que procure um advogado e imediatamente a delegacia mais próxima ou Procon para tomar as medidas cabíveis.