Publicado às 16h41 desta segunda-feira (27)

Após a polêmica sobre a suspeita de aborto provocado por uma adolescente, de 17 anos, atendida no último sábado (25), no Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam), o caso teve uma reviravolta com o depoimento da família da gestante.

Em entrevista exclusiva ao FAROL DE NOTÍCIAS, a mãe da menina, uma dona de casa, de 37 anos, procurou a nossa redação para contar sua versão dos fatos. De acordo com ela, sua filha não praticou aborto, estava com dores e sangrando quando foi socorrida para o hospital em busca de ajuda.

“O que aconteceu foi que eu fui no Centro comprar umas frutas e verduras para a minha filha, cheguei em casa e ela estava sentido dores e perdendo líquido. Levei para o Hospam e chegando lá ela não foi atendida. Tirei a ficha dela rapidamente, mandaram eu entrar e sentá-la em uma cadeira, e ela lá sentindo dor e perdendo sangue na recepção do hospital, passamos duas horas esperando”, detalhou a mãe, prosseguindo:

“Quando eu cheguei lá perguntei: ‘cadê o doutor daqui?’; disseram que ele estava atendendo os pacientes, perguntei pela enfermeira e disseram que ela estava atendendo outras gestantes. Fui lá fora chamar uma amiga para resolver o caso, e ela chamou a polícia. Quando ela foi atendida já estava abortando a criança, porque passou da hora de nascer. Foi no hospital que ela abortou, porque não atenderam a menina”.

ATENDIDA SÓ APÓS CHEGADA DA PM

A dona de casa relatou ao FAROL que a garota estava acompanhada do pai do seu bebê e outros familiares  e já estava com quatro meses de gestação. Ela só teria sido atendida após a chegada da Polícia Militar, que em seguida levou a mãe para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O.) sobre o caso.

“O médico chegou a atender depois que a polícia chegou, porque a polícia conversou com o médico e só atendeu por conta da polícia. Eu fui levada para a delegacia fazer o boletim de ocorrência. Ela estava com quatro meses, era a primeira gravidez dela”.

COMENTÁRIOS CONTRA A ADOLESCENTE

A dona de casa ainda partiu em defesa da filha e ratificou que a menina não teria provocado o aborto e a urgência em seu atendimento médico motivou a perca do bebê. Segundo ela, os comentários contra a adolescente são injustos e odiosos.

“As pessoas estão dizendo que minha menina perdeu o bebê porque quis, mas isso não se faz. Ela não perdeu o menino porque quis, a ‘bichinha’ estava sofrendo, se ela tivesse sido atendida rápido não teria abortado a criança. Foi descuido de médico, quando chega no Hospam, se não tiver cuidado morre, porque ninguém atende os pacientes. As pessoas ficam dizendo que ela tomou remédio para abortar, mas isso não existe.O pai da criança até passou mal no hospital. Falaram para a menina ter morrido junto, nós somos seres humanos”.

OUTRO LADO

A reportagem do FAROL DE NOTÍCIAS entrou em contato com a direção do Hospam para obter a versão da instituição sobre os fatos. Em resposta, a unidade declarou que só deverá se pronunciar após a publicação desta matéria.

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