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Fotos: Farol de Notícias / Alejandro García

Os moradores do Vila Bela vivem o sonho de todos os brasileiros de conquistar a casa própria, mas pagam o preço de conviver com a insegurança do bairro. O FAROL visitou alguns dos novos habitantes que receberam as chaves das casas no início de fevereiro deste ano, e ouviu depoimentos das famílias recém chegadas. Em um série especial de duas matérias, histórias de famílias que buscam, apesar dos poucos recursos, deixar o novo lar mais seguro. Menos de um mês após a entrega das chaves, as casas já começam a mudar a aparência: grades nas janelas, muros em construção, cercas de arrames farpados e desconfiança no olhar ao perceber pessoas estranhas no local.

Caminhando pelas ruas de casas muito iguais, mas de pessoas dos mais diferentes tipos, é possível notar que muitos muros já estão sendo erguidos ao redor das residências e quase todas as janelas já possuem grades. Segundo o relato dos moradores, a coleta de lixo está passando, a iluminação pública está funcionando adequadamente, o transporte coletivo também está a disposição e há conforto. No entanto, o silêncio e a aparente tranquilidade que o Vila Bela apresenta em um fim de tarde, é substituído facilmente pela criminalidade para as famílias desavisadas dos perigos do mais recente bairro de Serra Talhada.

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A agricultora Luzia dos Santos Silva, de 39 anos, mudou-se há cerca de uma semana e mora com os 11 filhos e o marido na casa. “Morava no sítio Cachoeira II e graças a Deus eu estou feliz de ter mudado, a vista da vida que eu tinha… Minha casa não tinha transporte para aluno, não tinha saúde, não tinha nada. Sete dos meus filhos estudam, um está no IF Sertão, lá na faculdade, tem 14 anos. Eu não mudei muito ainda a casa, vou fazer só o que eu posso fazer, porque é necessário. É muita criança e para não deixar solto na rua tenho que fazer. Todos estão com diarreia, além das grades com medo de assalto, ainda tenho medo da dengue”, afirmou Luzia, arrodeada dos filhos pequenos.

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Já a dona de casa Cilene Maria dos Santos, 23 anos, está no residencial há cerca de um mês e mora com o marido e duas filhas pequenas e uma tia do marido. “Nos mudamos tem um mês, assim que recebi a chave vim. Morava no Bom Jesus e pagava aluguel, foi bom ter vindo para cá por isso. Já fiz uma modificação na casa, botei as grades na janela e vou colocar as portas porque aqui não é muito seguro não. Cinco dias depois que a gente chegou entraram pela janela e levaram dois celulares. Eu estava em casa dormindo, mas não mexeram em mais nada e acho que foi na madrugada”, relatou Cilene relembrando o perigo que correu junto de sua família.

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