Da Folha de PE

Fãs de Aretha Franklin fazem longas filas nesta terça-feira (28) para homenagear a lendária cantora americana, que é velada com seu caixão aberto em Detroit, no início de uma cerimônia que durará quatro dias.

Amada por milhões de pessoas em todo o mundo, a “Rainha do soul” morreu em 16 de agosto, concluindo uma extraordinária carreira de seis décadas que a transformou em uma das artistas mais célebres dos Estados Unidos, igualmente admirada por seu trabalho em favor dos direitos civis.

Nesta terça-feira, um cortejo de homens com luvas brancas trasladou seu caixão de ouro ao Museu de História Afro-americana Charles H. Wright, onde fãs acamparam a noite toda para dar o último adeus a Franklin, segundo meios locais.

Espera-se que milhares de pessoas desfilem ante a cantora falecida entre 09h e 21h desta terça e de quarta-feira (29), ao que seguirá um homenagem na Igreja Batista de New Bethel de seu pai, na quinta-feira.

‘A rainha’
Aretha Franklin é considerada parte da realeza em sua cidade natal de Detroit, em Michigan. Para lá viajaram fãs de todas as partes, que esperavam sua vez do lado de fora do museu, sob um sol escaldante, alguns com camisetas de Aretha.

“É a rainha. É um ícone, uma lenda. É uma honra poder estar aqui para prestar-lhe uma homenagem”, disse um cidadão de Detroit ao canal 4 News.

“Sua música mudou a vida de muitos e me sinto honrado de estar aqui”, disse outro fã, que viajou a partir de Toledo, Ohio. “Chegou a tanta gente; é uma bênção”, disse à mesma rede.

Rosa Parks, personalidade dos direitos civis, foi levada após sua morte, em 2005, ao mesmo museu de Detroit onde Franklin descansará.

Na noite de quinta-feira (30), será realizado um show gratuito para recordar Franklin, antes de seu funeral, no Greater Grace Temple na sexta-feira, onde estão previstas apresentações de estrelas como Stevie Wonder e Jennifer Hudson.

Além disso, espera-se que personalidades como o ex-presidente americano Bill Clinton, Smokey Robinson e Jesse Jackson, líder de direitos civis, compareçam à cerimônia.

Quebrar os preconceitos
A cantora de gospel, soul e R&B, que morreu aos 76 anos, influenciou gerações de cantores com sucessos inesquecíveis como “Respect” (1967), “Natural Woman” (1968) e “I Say a Little Prayer” (1968).

Franklin viveu a maior parte de sua vida em Detroit, a Cidade do Motor e lar da Motown Records, a primeira gravadora com um dono negro que ganhou fama nacional e ajudou a quebrar os preconceitos raciais.

Em 2005, recebeu a medalha presidencial da liberdade, a maior honra para um civil nos Estados Unidos, das mãos do então presidente George W. Bush.

Em 2010 sofreu graves problemas de saúde, mas continuou se apresentando até o ano passado. Seu último show em público aconteceu em novembro de 2017, em Nova York, para arrecadar fundos para a fundação de luta contra a aids de Elton John.

Franklin morreu rodeada de familiares e entes queridos, após uma batalha contra o câncer no pâncreas.