Enquanto o presidente Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se reúnem em Cartagena das Índias para a aguardada assinatura do acordo de paz que colocará fim ao mais longo conflito da América Latina, a capital Bogotá celebra o histórico pacto com marcha e muita música
Manifestantes caminharam entre a Plaza de Toros La Santamaría e a Plaza de Bolívar, no coração da metrópole, onde acontece um show com várias bandas locais. O espetáculo só será interrompido às 19h (horário de Brasília), quando a cerimônia de assinatura será acompanhada ao vivo por meio de telões.
Após a chegada da paz, o ato em Bogotá será encerrado com um show da banda de rock alternativo Aterciopelados. “Que hoje comece uma época melhor para nosso país, com menos dor e mais bem estar para todos”, escreveu no Twitter o prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa.
No entanto, nem tudo é festa nesta segunda-feira (26). O antecessor de Juan Manuel Santos, Álvaro Uribe, comandou um protesto contra o acordo com as Farc em Cartagena das Índias. Acompanhado de dezenas de seguidores, muitos deles vestidos com camisas da seleção colombiana de futebol, o ex-mandatário tentou chegar ao centro da cidade, apesar das restrições impostas pelas forças de segurança.
Durante a marcha, Uribe, que sempre defendeu o uso da força contra a guerrilha, fez críticas ao governo por ter dado “impunidade total aos maiores delinquentes de todos os delitos atrozes, do narcotráfico, do recrutamento de crianças e da violação de mulheres”.
“É um acordo que dá mau exemplo”, disse o ex-presidente, que também reconheceu erros em sua postura contra as Farc, mas garantiu que estava “avançando em segurança e políticas sociais”. O ato comandado por Uribe mostra que o acordo promovido por Santos não tem apoio unânime da população, que dará sua opinião sobre o tema em um referendo no próximo domingo (2).
Terrorismo
Buscando dar apoio ao processo de paz na Colômbia, tanto os Estados Unidos quanto a União Europeia anunciaram nesta segunda a retirada das Farc de suas listas de grupos terroristas.
No caso dos norte-americanos, a mudança ocorrerá assim que o acordo for assinado. “Nós estamos preparados para rever e dar um juízo sobre isso quando chegarem os fatos”, declarou o secretário de Estado John Kerry.
Já na UE a alteração é imediata. “A Colômbia manda uma mensagem de paz. A União Europeia dá o seu apoio e suspende as Farc da lista de organizações terroristas”, escreveu no Twitter a alta representante de política externa e segurança do bloco, Federica Mogherini.
Do Jornal do Brasil