Da Revista Forum

Reportagem de Juliana Dal Piva, Bela Megale e Chico Otavio, no site do jornal O Globo nesta segunda-feira (29), afirma que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) teria finalizado a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o ex-assessor Fabrício Queiroz no suposto esquema de corrupção das rachadinhas que teria sido montado no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro enquanto ela era deputado estadual.

Segundo o jornal, na denúncia de cerca de 300 páginas, o MP detalha o esquema e acusa a dupla pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os promotores do caso afirmam que o senador teria movimentado cerca de R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo e seria o líder da organização criminosa.

Em nota, o MPRJ, no entanto, diz que “até o momento, não há denúncia ajuizada contra o atual senador Flávio Bolsonaro nas investigações referentes a movimentações financeiras em seu gabinete no período em que era deputado estadual”. E diz repudiar “a divulgação de notícias relacionadas a investigações sigilosas, sem qualquer embasamento ou informação oficial por parte do MPRJ” (Leia a íntegra ao final da reportagem).

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Na atualização da reportagem, O Globo mantém a versão original e diz que “apurou que, durante a transmissão da denúncia para o Tribunal de Justiça, pelo sistema de protocolo digital, o sistema eletrônico falhou, provavelmente pelo volume dos autos apresentados. Na noite desta segunda-feira, o MP-RJ ainda fazia novas tentativas de enviar o material”.

Lavagem de dinheiro

Segundo a reportagem, que diz se basear na denúncia do MP, os R$ 2,7 milhões de reais desviados pelo esquema de corrupção teria sido “lavado” de três formas: transações imobiliárias, com a compra de quatro apartamentos e doze salas comerciais; repasses para a loja de chocolates Kopenhagen; e com gastos pessoais, como o pagamento de mensalidades escolares dos filhos.

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As investigações foram iniciadas em 2018, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, apontado como operador das rachadinhas. O esquema desvendado pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) aponta a articulação de “funcionários fantasmas” que repassavam parte do dinheiro recebido para o operador por meio de transferências e depósitos.

São 23 ex-assessores citados na denúncia, 13 são familiares, amigos ou vizinhos de Queiroz; 10 ligados a família de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro; e dois ligados ao ex-miliciano Adriano Nóbrega.

Leia a nota do MPRJ:

“Em relação à matéria ‘Ministério Público denuncia Flávio Bolsonaro e Queiroz por ‘rachadinha’ na Alerj’, publicada pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (28/09), o MPRJ, por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Assuntos Criminais e de Direitos Humanos (SUBCRIM/MPRJ), esclarece que, até o momento, não há denúncia ajuizada contra o atual senador Flávio Bolsonaro nas investigações referentes a movimentações financeiras em seu gabinete no período em que era deputado estadual.

A instituição lamenta e repudia a divulgação de notícias relacionadas a investigações sigilosas, sem qualquer embasamento ou informação oficial por parte do MPRJ, o que causa prejuízo à tramitação do procedimento e desinformação junto ao público.”