ProstituiçãoEla é alta, tem uns longos cabelos negros e ainda esboça um sorriso infantil. Clarissa – nome fictício – é a nossa personagem na segunda reportagem da série ‘Fugindo da Batalha’. Com 22 anos, Clarissa entrou ‘na vida’ aos 16 e é considerada uma das ‘musas’ do ponto de prostituição que funciona no centro de Serra Talhada.

A rotina é a mesma da maioria das mulheres. Acorda cedo e por volta das 9h já está a disposição dos clientes. A reportagem do FAROL localizou Clarissa numa mesa de bar, tomando uns goles de cerveja. Tímida, ela estudou até a 8ª série, sofre preconceito da família e tem o sonho de fugir da ‘batalha’.

“Se eu tivesse oportunidade estaria em outra profissão, pois sofro muita discriminação da família. Já procurei trabalho aqui mas ninguém quer pagar um salário justo. Só querem pagar mixaria. Dependendo do mês, chego a tirar R$ 2 mil. Mas meu sonho é largar esta vida e arrumar outra coisa”, disse Clarissa, justificando:

“Aqui em Serra muita gente trabalha no comércio ou em casa de família e o que ganha mal dá para pagar o aluguel”.

FUGINDO DA PAIXÃO

Durante a conversa que foi compartilhada com outras prostitutas, todas foram unânimes que a profissão oferece riscos. Além de estarem expostas à violência, há riscos causados pelo coração. O perigo de um cliente se apaixonar é constante. Fato, aliás, que é perigoso para os negócios.

“Muito cliente se apaixona mas a gente se afasta e evita. Mas também acontece da gente gostar e tem que se afastar. Sempre tem um com uma atração mais forte”, confessa Clarissa, admitindo que uma vez chegou a gostar de um cliente e sofreu muito. “Aconteceu isso comigo uma vez e não foi bom. A gente tem que se afastar”, finalizou.

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