Publicado às 18h20 desta quinta-feira (17)
Uma gestante de quase sete meses passou por um grande constrangimento em uma loja de confecções no Centro de Serra Talhada ao ser acusada de roubo. A serra-talhadense Alyne Lima, 37 anos, auxiliar administrativa, morou muitos anos em São Paulo e retornou há cerca de 5 anos para a capital do xaxado e hoje espera seu segundo filho.
Em conversa com o Farol de Notícias, contou que era cliente de uma loja e estava comprando itens do enxoval de sua criança nessa segunda-feira (14). Mas foi abordada pelo proprietário do estabelecimento e acusada de roubo, após comprar mais de R$ 1.400,00 em produtos no local.
Confira o relato completo da gestante:
“Fui fazer uma compra em uma loja de Serra Talhada e deu cerca de R$ 1.438,00 e falei para a vendedora que quando chegasse novidade ela me avisasse. Ela me avisou na sexta-feira (11) e eu fui ontem ver, falei que iria em casa ver o que já tinha e pedi para a vendedora deixar separado alguns produtos. Peguei uma mantinha, uma toalhinha e um cueiro em casa e levei para embrulhar para presente para minha prima e minhas amigas que também estão grávidas. Sem sacola mesmo, entrei na loja com os três pacotinhos, perguntei pela vendedora ao proprietário e falei que queria embrulhar as coisas que tinha comprado antes. Ele foi logo me acusando: ‘quem me garante que você comprou aqui, você entrou aqui com essas coisas na mão, você pegou aqui'”, detalhou Alyne, continuando:
“Eu tentei explicar e ele continuou me acusando. Falei que iria esperar a vendedora do lado de fora para não me estressar com ele. Quando ela chegou eu expliquei para ela e o proprietário veio com contradição, dizendo que ia puxar nas câmeras. Eu falei para ele que eu não preciso disso, disse que é por conta de pessoas como o senhor que o comércio de Serra Talhada acaba de prejudicando, pessoas mal educadas como o senhor. Não é só porque é o dono que tem o direito de falar assim comigo. Só não vou sair daqui para ir na delegacia porque eu estou nessa situação, cansada já. Eu estou recém operada, meu apêndice estourou eu grávida. Se o senhor tem dúvidas que eu peguei algo em sua loja tire as dúvidas para depois me acusar”.
DEMISSÃO DE FUNCIONÁRIA
Indignada com a atitude do comerciante, Alyne afirmou que vai procurar o Procon de Serra Talhada para formalizar uma queixa contra o comerciante, que segundo ela se mostrou ainda mais intransigente por ter demitido a funcionária envolvida na situação.
“A vendedora me mandou mensagem para saber como eu estava, ela se preocupou por eu estar grávida. Eu pedi desculpas pela situação, e depois me contou que ele (o proprietário da loja) a demitiu, porque ela ficou do meu lado. Tentou explicar para o chefe e ele demitiu ela quando eu sai. É uma injustiça tremenda, uma falta de profissionalismo”, denunciou.
OUTRO LADO
A reportagem do Farol de Notícias foi até a loja M&N Confecções e conversou com o proprietário, José Ednaldo dos Santos, 58 anos, proprietário mencionado no depoimento de Alyne. Ele contou sua versão dos fatos e garantiu que não acusou diretamente a cliente de roubo.
“De maneira nenhuma, ela até repetiu isso que eu estava dizendo que ela tinha roubado. Mas de jeito nenhum eu abri minha boca nem um minuto para dizer a você que você tinha roubado. Eu disse que isso fica chato entrar numa loja com uma mercadoria, pedindo para enrolar em papel de presente e você chegar sem nenhuma sacola, três peças na mão. Ela foi me denegrir nas lojas vizinhas, e isso me deixou um pouco triste. Não chamei ela de ladrona em nenhum minuto, eu ainda disse a ela que não fizesse isso não que a gente ficou constrangido. Ela fez uma compra aqui, tinha um saldo aqui de R$ 200, mas disse que era R$ 220. Troquei a mercadoria dela, fez as compras, passou no cartão e as três peças eu não fiz conta”.
José Ednaldo ainda justificou sua atitude de demitir a funcionária envolvida na situação polêmica.
“Sim, dispensei a funcionária só porque quando ela chegou aqui eu perguntei, mandei chamar a menina que ela estava em horário de almoço, e passou até do horário dela. Ela veio e eu perguntei pela mercadoria e ela só ficou: hum? hum? hum? e não respondeu mais nada. Então, se você não sabe nem o que separou para o cliente, aí eu disse que não dá para ficar comigo,”
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