Publicado às 04h50 desta terça-feira (30)

Luzieglei Rubia Santos, 29 anos, moradora da Cohab, em Serra Talhada, entrou em contato com o Farol de Notícias nesta segunda-feira (29) para relatar o seu desespero em relação ao atendimento para iniciar o pré-natal. Gestante de dois meses, já foi várias vezes à UBS (Unidade Básica de Saúde) da Cohab 1, mas não obteve êxito no agendamento. 

A moradora do bairro relatou que desde junho que a médica que atende na Unidade estava de férias, tendo retornado na segunda-feira (22) de agosto. Na quinta-feira (4) Luzieglei Rubia foi para o atendimento noturno, porque estava com algumas complicações, o médico passou exames, mas não pôde fazer mais nada, porque disse que precisaria do prontuário da paciente, e que apenas o pessoal do atendimento diurno teriam acesso. O médico passou exames, mas ela não conseguiu marcar na UBS:

“O médico pediu urgência. ‘Vai demorar porque estamos marcando de quem marcou no mês de março, infelizmente nós ainda estamos enviando, quando aparece vaga a gente liga ou deixa na residência’, mas não deixam, e raramente ligam. ‘Meu Deus do céu, de março!’”, contou  Luzieglei Rubia, explicando que já tentou agendar para iniciar o pré-natal com a enfermeira, mas a peleja continua: “Eu estou gestante. Ela [enfermeira] disse: ‘Você tem que agendar o seu primeiro pré-natal’. Nem olhou para os exames. Dia 18, voltei ao médico e ele disse que era muita irresponsabilidade das diurnas. ‘Porque você é paciente do posto, eu não tenho acesso ao seu prontuário, só quem tem são elas’, que era negligência, uma falta de respeito, ‘Eu vou olhar, mas não vou poder fazer nada’’.

“Voltei para o posto e não marcaram o pré-natal, a menina agendou para dia 28, no domingo. Fui lá hoje e ficou para remarcar para quinta ou sexta. Na semana passada fui tentar atendimento, falei com a agente de saúde, dia 22, dia que a médica voltou, mas disse que eram 21 fichas. O povo chega de madrugada, quando a recepcionista chega coloca uns e outros não. Fiquei lá até 10h45. A antiga agente de saúde falou com a enfermeira para me encaixar, a recepcionista não pegou meu SUS, nada.  A recepcionista ao ver a minha filha de dois anos chorando ficou com piadas, e colocando as pessoas na minha frente. E a médica não chegou. Fui hoje e disseram que era folga da enfermeira, e médica não foi. As agentes de saúde tentam ajudar, mas dizem que agora é tudo no sistema”, detalhou  Luzieglei Rubia, reforçando:

“Tudo que fala na recepção é que é tudo na base do sistema, só se o sistema liberar. O remédio que o médico disse que tinha na unidade pública, disseram que não tinha. Chega para tomar dipirona, não tem. A menina: ‘Não tem, a gente não tem, quem faz o pedido da medicação sou eu. Eu se disse que não tem, a senhora vai ter que comprar!”, narrou Luzieglei Rubia.

O OUTRO LADO

O Farol de Notícias entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da prefeitura, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.