Foto: Rafael Bandeira/SCR
Por Folha de Pernambuco
Enderson Moreira comentou de tudo um pouco na entrevista coletiva após a vitória do Sport por 2×0 diante do CRB, na Ilha do Retiro, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Do gol 100, marcado por Ronaldo, passando pelas chegadas de Diego Souza e Felipe, além do cenário atual da competição. O resultado colocou o Leão na liderança do torneio, com 38 pontos. Confira os principais trechos.
Gol 100 é fruto de estilo de jogo
Antes, eu vinha para entrevista e falavam que o Sport criava muitas oportunidades. Que ganhava de três, mas poderia ter sido seis. Hoje, não criamos tanto quanto anteriormente. Mas as chances de gols ainda são elevadas. Fico feliz porque é uma proposta de jogo que sempre tive nos lugares que passei. Muitos falavam que eu era retranqueiro, mas não tem nada disso. As minhas equipes gostam de jogar futebol, não tem número elevado de faltas e cartões. Conseguimos jogar futebol de ótimo nível, fazendo da maneira que acho que é certa
Líder, mas com foco no G4
Meu primeiro objetivo é conseguir a vaga (no G4). Não há pensamento agora na liderança. É um passo de cada vez. Estamos focados em buscar esse acesso. Olhamos a distância para o quinto, sexto e sétimo. Algumas equipes que estão atrás investiram muito e tem qualidade para buscar a recuperação. Estamos atentos a isso. O importante é o final, mas se tivermos chances de sermos campeões, vamos lutar com todas as forças.
Queda de rendimento anterior foi normal
O Arsenal foi líder o tempo todo (no Campeonato Inglês), mas viveu um momento ruim justamente na reta final. Não é que perdeu fôlego, mas é que, quando veio o processo de derrota, foi pesado. O Manchester City teve isso no começo. Passaram pelo momento antes. No futebol, geralmente ou quase sempre você passa por dificuldades em uma competição longa, de 38 rodadas. É natural as coisas escaparem um pouco em algum momento. O mais importante é a resposta que você dá
Diego Souza e Felipe
Não criamos essa ansiedade toda (sobre Diego). Tinha uma série de coisas pendentes. Íamos começar a falar de Diego sem ele ter saído do Grêmio ainda? Ele poderia renovar, tomar uma decisão diferente. As coisas acontecem no tempo certo. Ele tinha que resolver muita coisa interna com a família, se queria esse prolongamento (de carreira).
Ver até onde queria ir e pagar o preço por isso. Para continuar jogando em alto nível depois dos 30 anos, o jogador paga um preço enorme. Vagner, Diego, Fabinho, Eduardo…pagam um preço enorme. Eles precisam de um esforço maior para manter o nível de competitividade. Tudo foi debatido, conversado e ele se demonstrou feliz, com vontade em participar do projeto.
Precisamos ter calma com ele, que vem de um período inativo grande. Temos de fazer as coisas sem pressa, sem queimar etapas, não colocando em risco de entrar e não estar preparado para o que está por vir. Felipe tem muita qualidade técnica, maturidade de jogo. Simples, mas objetivo. Vai agregar muito à equipe.
Mais nomes podem chegar
O Sport está atento às boas possibilidades. Estávamos treinando no CT do Goiás, vimos que Felipe tinha acabado (o vínculo) e decidimos atacar. Não queremos números de atletas, mas jogadores que podem agregar. Nossa base está montada.
Tivemos coisas interessantes, como Fábio, que era um menino que não contávamos. Pedro também. Os dois deram uma resposta positiva. Sempre falei que não adianta montar um time de menino. Não é assim que funciona. É diferente o que se faz na Copa São Paulo e o que se faz em um Brasileiro de Série A, B, C ou Estadual. Tem o jogo dos adultos e o jogo dos meninos.
Precisamos de paciência no processo. Mas se tivermos uma boa oportunidade, pode ser que aconteça (mais contratações). Mas não vamos trazer por trazer. Se mexer demais, você perde a essência. Precisa ser na medida certa.