Do G1

O governo federal exonerou o secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Vladimir Passos de Freitas. A mudança foi assinada pelo ministro chefe da Casa Civil, Braga Netto, e publicado no “Diário Oficial da União” (DOU) desta segunda-feira (11).

A publicação não informa quem deverá substituir Freitas. A exoneração ocorre em meio às alterações feitas no Ministério da Justiça após a saída ex-ministro Sergio Moro, que deixou o governo acusando o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal – órgão vinculado à pasta. Bolsonaro nega. (Leia mais ao final da reportagem)

Também no DOU desta segunda foram publicadas mudanças nos quadros da PF, desta vez assinadas pelo novo ministro da Justiça, André Mendonça. Dois ex-superintendentes da PF nos estados exonerados semana passada passam a ocupar cargos de direção. Veja alterações abaixo.

Mudanças na PF

Cargo: Diretor de Gestão de Pessoal da PF

Exonerado o delegado de Polícia Federal Delano Cerqueira Bunn
Nomeada a delegada de Polícia Federal Cecília Silva Franco, ex-superintendente da PF em Tocantins

Cargo: Diretor de Administração e Logística Policial da PF

  • Exonerado o delegado de Polícia Federal Roberval Ré Ricalvi
  • Nomeado o delegado de Polícia Federal André Viana Andrade, ex-superintendente da PF na Paraíba

Cargo: Diretor Técnico-Científico da PF

  • Exonerado o perito criminal federal Fabio Augusto da Silva Salvador
  • Nomeado o perito criminal federal Alan de Oliveira Lopes

Trocas na PF e Superintendência do Rio

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o delegado da PF Rolando de Souza diretor-geral da corporação. A nomeação ocorreu após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspender a portaria que nomeava o também delegado Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro e atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Logo após Rolando de Souza assumir a diretoria-geral, foi anunciada mudança na Superintendência da PF em cinco estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Alagoas, Paraíba e Tocantins. Os superintendentes exonerados nesses estados foram escolhidos pelo novo diretor-geral para ocupar cargos de diretores na atual gestão, caso da nova diretora de Gestão Pessoal e do novo diretor de Administração e Logística Policial.

A mudança na Superintendência da PF no Rio já era um desejo do presidente Jair Bolsonaro desde o ano passado, uma das razões para o desgaste na relação entre ele e o ex-ministro Moro. A Procuradoria Geral da República decidiu investigar os motivos para a troca.

Inicialmente, uma ação no Supremo investigava também a nomeação de Alexandre Ramagem para a PF, mas o processo foi arquivado na última sexta-feira (8).

Nesta segunda-feira, Alexandre Ramagem e o ex-superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro Ricardo Saadi devem depor à PF em Brasília. Eles serão ouvidos no inquérito que apura suposta tentativa de interferência de Jair Bolsonaro na corporação.