Publicado às 14h05 desta segunda-feira (24)

A luta pelo reajuste do piso salarial dos professores e profissionais da educação continua em Serra Talhada e em protesto os educadores foram novamente às ruas cobrarem seus direitos. Na manhã desta segunda-feira (24), a reunião começou na Concha Acústica, na Praça Agamenon Magalhães, bairro Nossa Senhora da Penha e depois os educadores seguiram para a sede do Sintest (Sindicato de Servidores da Educação de Serra Talhada), onde foram informados sobre uma uma ação judicial do município contra o Sintest e uma proposta de reajuste para alguns profissionais da educação, mas sem respostas para os professores. A proposta foi apenas de boca, sem nenhum documento protocolado. 

O Farol de Notícias acompanhou a manifestação e conversou com  o presidente do Sintest, Júnior Moraes, e com a advogada Gabriela Florêncio, que deram detalhes sobre a legalidade da greve que continua, sobre a proposta e ainda sobre a estratégia para conseguir o reajuste que é um direito estabelecido em lei. A última proposta do governo Márcia Conrado foi de um reajuste de 5,46%, considerada imoral e desrespeitosa pelos profissionais, tendo em vista  que a reivindicação do Sintest é 20% para os professores e de 26% para os demais servidores. Durante a manifestação, alguns vereadores estiveram presentes apoiando a causa dos profissionais da educação. A passeata foi tranquila, com carro de som, cartazes e professores reivindicando seus direitos com um um microfone. 

A advogada Gabriela Florêncio explica sobre a legalidade da greve e a tentativa de um acordo

“Quando eu vim para fazer a defesa sobre a ação que o município entrou contra o Sintest, eu liguei para o procurador, e disse: ‘Cecílio, você entrou com uma ação e eu vou rebater a gente vai até o Supremo Tribunal Federal (STF)’. Ele disse: ‘Olha Gabriela, eu tenho uma proposta a fazer para vocês, para o administrativo e auxiliar de serviços gerais, é uma proposta que eu considero boa’. No final  das contas, ultrapassa os 15%, quando eu fui fazer um cálculo básico, ultrapassa os 15%, alguns chegam até 20%”, destacou Gabriela Florêncio, acrescentando:

“Houve uma ação judicial contra o Sintest e baixei a ação para fazer a defesa, sem ter ainda a citação. Apesar de ter havido essa ação para decretar a greve ilegal, o desembargador ainda não despachou e a gente ainda não recebeu nenhum comunicado, portanto a greve continua valendo. Estamos na luta! O desembargador não despachou ainda, ele ainda está analisando a questão. Eu vou fazer uma defesa e protocolar para ver se a gente convence o desembargador de que a greve é legal”, ela ainda esclareceu:

“Se ele decretar a greve ilegal, nós teremos que voltar a trabalhar normalmente. Se ele disser que a greve é ilegal, nós continuamos a greve até que nós chegarmos a um acordo que seja bom para todos. Hoje pela manhã, eu conversei com o procurador geral, doutor Cecílio, e ele mandou algumas questões procurando soluções para resolver esse problema. Trouxe uma proposta interessante que será discutida com a categoria. Ele ficou de marcar uma reunião conosco hoje ou amanhã, para falar sobre essa proposta e a gente vai levar para a categoria. Eu prefiro que seja a proposta formalizada para eu poder anunciar, para a gente não ficar discutindo proposta sem a formalização”. 

A greve continua

“A greve continua e enquanto a justiça não se manifestar dizendo que a greve é ilegal, a gente vai se manter. Nossas estratégias estão dando certo, o município está recuando, pelo menos, por enquanto, buscando solucionar um impasse, isso é positivo. Isso está acontecendo porque estamos mostrando à sociedade, à gestão que a gente não vai ser intimidado por causa de um pedido de uma ilegalidade de uma greve. Isso é um fato. A segunda questão é que a gente vai manter a mobilização. A gente continua parado, vamos cruzar os braços e a programação que a gente definiu do dia 17 e hoje a gente reafirmou, se mantém”, disse  o presidente do Sintest, Júnior Moraes, acrescentando:

“Amanhã, às 10h, na Câmara de Vereadores com esses cartazes. Vamos estar abertos para continuar o diálogo com a gestão. Se a gente se manter com as escolas paradas, com os braços cruzados, a gente vai conseguir o nosso objetivo, que seja dado o reajuste justo, cumpra-se a lei e que a gente não retire nenhum direito, que também faz parte da nossa luta. Quem não veio está na hora de realmente pegar pelo braço, pela orelha, pelos cabelos, seja lá como for, mas ou a gente mostra força, união e invade amanhã a Câmara de Vereadores para que a sociedade serra-talhadense, o governo, entenda que iremos continuar mobilizados, ou então daqui a pouco a gente começa a ficar igual a açúcar na água, a gente começa a dissolver. A gente tem que manter a força, a mobilização”.