Com informações do Metrópoles
O governo interino da Síria anunciou nesta terça-feira (10/6) novas regulamentações que proíbem o uso de biquínis em praias e piscinas públicas do país. A medida, divulgada pelo Ministério do Turismo, faz parte de uma resolução que estabelece “procedimentos de segurança para turistas” e visa garantir o que as autoridades chamam de “decência pública”.
De acordo com as novas regras, as mulheres deverão substituir os biquínis por burkinis (trajes de banho que cobrem a maior parte do corpo) ou o tradicional hijab. Homens também estão proibidos de circular sem camisa fora da água. Além disso, turistas serão obrigados a utilizar saídas de praia adequadas ao se deslocarem entre diferentes áreas.
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Em comunicado, o governo liderado por Ahmed Al-Sharaa afirmou que os visitantes devem “respeitar a decência pública, o bom gosto e a privacidade dos demais”, evitando “qualquer aparência ou comportamento que possa ser indecente ou contrário ao ambiente familiar”.
Contexto político e reações
A decisão ocorre em um momento de transição no país, que desde a queda de Bashar Al-Assad em dezembro de 2024 vem prometendo uma Síria mais inclusiva e democrática – ainda que sob um governo baseado em princípios islâmicos. Apesar das raízes de parte da liderança em grupos como o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ligado à Al-Qaeda, a nova administração tem recebido sinais de abertura da comunidade internacional, incluindo dos EUA e de nações europeias.
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A medida, no entanto, pode gerar controvérsia entre turistas ocidentais e levantar debates sobre liberdade individual versus normas culturais. Enquanto o governo argumenta que as regras preservam os valores locais, críticos podem vê-las como um retrocesso em um momento em que o país busca se reinserir no cenário global.
A implementação das novas diretrizes deve começar imediatamente, com fiscalizações nas principais áreas turísticas do país.