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Foto e reportagem: Jamilys Nogueira (do FAROL)

O valor dele é testado sabe quem vai ao centro de Serra Talhada no pingo do meio dia. Dá uma alegria daquelas encontrar o carrinho de sorvete de Cícero Alexandre, de 69 anos, que há 18 anos sustenta a família vendendo picolé nas ruas da Capital do Xaxado. Chocolate, morango e milho verde são os sabores preferidos dos seus clientes. “Ciço do picolé’, como é mais conhecido, divide espaço com o ‘astro rei’ caminhando de chapelão de palha esbanjando simpatia e fazendo gostosas amizades e de sabores variados, como o seu produto.

‘Ciço’ é natural de Petrolina, chegou em Serra Talhada aos 30 anos de idade  e por falta de oportunidades, como ele mesmo relata, devido a falta de estudos, entrou na profissão de vendedor de picolé esperando mudar de vida. Puxando pela memória, num bate papo gostoso, como o sabor de um de seus picolés, ele relatou que naquela época os tempos eram outros e tudo era muito difícil. “No meu tempo não tinha como estudar e vi no picolé um saída”, disse.

Com o lucro médio de R$ 18 por dia, o vendedor não perde o sorriso e diz que não é de se desanimar, apesar de estar nos piores meses de venda. Ele relembra os melhores períodos para o comércio. “Os meses melhores de venda são de  setembro até dezembro, esses quatro meses são os  melhores. Os meses de inverno é fraco só vende 50 ou 60 picolés, isso depende muito, as vezes nenhum. Quando a época é boa chega a 200, 250″, contou Ciço, sorrindo como quem está ansioso pelo fim do inverno.

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Orgulhoso pela profissão, Ciço revela que criou seus 7 filhos com o apurado dos picolés e pegou gosto pela coisa a chegar até adoecer se não passear pelas ruas de Serra Talhada com seu carrinho. “No dia que eu não estou com essa carrocinha pra mim, eu me sinto doente. Eu gosto mesmo de vender picolé. Tem dia que a mulher diz não vá não, eu digo: eu vou. Teve uma época que eu vendia até no domingo, mas deixei”, contou.

Quanto a venda de picolés, Cícero já vendeu tantos que nem se lembra mais. Disse que sua maior alegria é fazer amigos e conversar com povo no meio da rua. Agradece a Deus pelos dias de saúde e pede muitos anos de vida. Os preços do produto variam e o lucro em cima dele também, o picolé comum custa R$ 0,75 centavos, e a cada um vendido R$ 0,35 é do vendedor, já os com cobertura que custam R$ 1,50 ele fatura R$ 0, 50 de cada um que vender. Fazendo uma retrospectiva, Cícero lembra do baixo preço do produto.

“Há 10 anos atrás era baratinho custava uns R$ 25 centavos. Quando eu comecei custava R$ 10, era uma alegria das crianças que vinham para a festa de setembro, os parques ficam ali no beco do rio, aquele tempo era bom demais, eu ganhava um troquinho bom”, relembrou.

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