Publicado às 07h10 deste sábado (16)

Por Adelmo Santos, Poeta e escritor, ex-presidente da Academia Serra-talhadense de Letras

Dá pena ver o Rio Pajeú cheio de lixos e esgotos, um rio que eu bebia água nos meus tempos de garotos. Abastecia a cidade, enchia os potes e os banheiros.

Na seca as suas cacimbas davam águas aos sertanejos. Da ponte da Caxixola eu olho pra todo lado, não sei pra que essa ponte se não corre água por baixo.

Eu vejo um rio sem cacimbas que não tem sinal de vida, um rio cheio de tristezas, seus buracos são feridas. É um rio desprotegido num lugar civilizado, com prefeitura e bombeiros Poder Público e Juizado. Judiado pela seca, não bastassem os desafios, construíra uma barragem, prenderam as águas do rio.

A Barragem do Jazigo parece o pantanal, cheia de plantas daninhas, quem passa pela estrada não sabe que ali tem água com tantos matos por cima. Toda vez que eu vejo o rio, dá vontade de chorar, hoje o Rio Pajeú só deságua em meu olhar.