Homem "cresce" de 1,65 para 1,82 com procedimentos radicais

Da Folha de PE

Um TikToker americano viralizou nas redes sociais ao documentar uma jornada de cirurgias radicais nos ossos das pernas e tratamentos para aumentar a altura. Depois de seis meses, ele atingiu esta semana o objetivo final: “crescer” de 1,65 a 1,82.

O homem, que se identifica como “Mr Broken Bonez” (Senhor Ossos Quebrados, na tradução para o português, passou por dois procedimentos cirúrgicos para alongar o fêmur e a tíbia.

Ele contou ao “LADbible” que decidiu se submeter às cirurgias porque queria “se reinventar” depois de ter sido reconhecido a vida inteira como um homem “baixinho”. Broken Bonez explicou ao site britânico que o procedimento envolve cortes nos ossos das pernas para que seja colocada uma haste de metal dentro delas. O TikToker admitiu que é um “processo doloroso”.

“Todos os dias você gira a chave da haste de metal fora de sua perna, o que aciona a haste interna para alongar lentamente os ossos e os músculos todos os dias”, detalhou o homem. “Depois de atingir a altura desejada, o dispositivo de metal externo é removido, e a haste interna permanece intacta até que o osso volte a crescer, então eles [os cirurgiões] a removem.”

Vídeos publicados nas redes sociais do homem mostram que o processo envolve sessões de fisioterapia e reforço muscular para que ele se adaptasse às mudanças no corpo.

O homem disse ao “LADbible” que, no início da jornada, chegou a pensar que jamais alcançaria o objetivo. Mas, agora, seis meses e 17 centímetros depois, ele diz estar “mais feliz do que nunca”.

O vídeo do processo completo de alongamento das pernas teve mais de 4,8 milhões de visualizações. Ele afirmou ter recebido várias mensagens durante a jornada — a maioria delas, de pessoas “em choque” de que isso era possível.

Procedimento é extremo
Apesar do uso cada vez maior para a finalidade estética, especialmente entre os homens, o procedimento é normalmente indicado para corrigir discrepâncias no tamanho de membros e tem riscos. Na idade adulta, essa é a única forma de ganhar alguns centímetros a mais de altura.

A técnica envolve quebrar o fêmur ou a tíbia e, com a ajuda de uma armação de metal, afastar gradativamente as duas metades do osso, forçando-o a cicatrizar mais longo do que antes.

Apesar do aumento no interesse, especialistas brasileiros afirmam que muitos pacientes desistem quando descobrem o valor e quando entendem como é a cirurgia, o quanto demora a recuperação e os riscos envolvidos.

O alongamento ósseo em si é um procedimento bem estabelecido, desenvolvido para a correção de deformidades causadas por doenças congênitas ou traumas, por exemplo. Nos últimos anos, a cirurgia ganhou apelo estético por ser a única forma de “crescer” na idade adulta.

Primeiro, é realizada uma cirurgia na qual o médico faz um corte em um dos ossos da perna (fêmur ou tíbia, mas geralmente no fêmur, pois tem maior capacidade de alongamento) e coloca um fixador, que pode ser externo, interno ou uma combinação dos dois. É o fixador, acionado diariamente pelo paciente, que tem a função de separar os ossos lentamente e causar o alongamento. A distância é de cerca de um milímetro por dia. Mas esse processo só tem início 15 dias após a operação. O corpo produz novo tecido ósseo para preencher a lacuna crescente.

Alto custo e risco
O alto custo está associado à complexidade do procedimento e demora na recuperação. Cada fixador custa cerca de R$ 40.000. Ao incluir a equipe médica, internação, medicamentos e fisioterapia, o valor inicial estimado é de R$ 100 mil e deve ser pago integralmente pelo paciente. Tanto os planos de saúde quanto o Sistema Único de Saúde (SUS) cobrem apenas os custos de alongamentos ósseos para correção de deformidades.

Além da dor e do longo período de recuperação, o alongamento ósseo envolve muitos riscos, desde aqueles presentes em qualquer cirurgia, como infecção, até os específicos. As complicações incluem embolia pulmonar, problemas de regeneração óssea, lesões vasculares, neurológicas e funcionais (limitação da mobilidade). Pode haver ainda deformação e diferença de comprimento entre as pernas.

Pacientes obesos e com problemas de coagulação têm risco aumentado. Apesar disso, a única contraindicação absoluta para a realização desse procedimento para fins estéticos é o tabagismo.