Homem denuncia ação de PMs em ST e suposto crime de racismoPublicado às 21h30 desta sexta-feira (30)

Por Dani Cardoso e Giovanni Filho (do Farol)

O aposentado, Maciel Cândido, 36 anos [foto], morador da Rua José Tomé de Souza Ramos, buscou a redação do Farol de Notícias nessa quinta-feira (29) para denunciar uma abordagem considerada truculenta da Polícia Militar de Serra Talhada.

Segundo o rapaz, a polícia o abordou em uma loja de roupas, localizada na rua Enock Inácio de Oliveira, no Centro, e começou a vasculhar sua mochila. Em seguida, os policiais exigiram que ele entregasse o celular.

“Eles me revistaram, pegaram minha mochila sem meu consentimento e perguntaram: cadê a arma? Fiquei muito indignado, me senti constrangido. Me senti um lixo, como se fosse um bandido”, desabafou Maciel Cândidto, indignado.

Segundo ele, os policiais disseram que receberam uma denúncia anônima em que ele estaria armado. Após o ocorrido, Maciel foi encaminhado para delegacia local, onde foi constatado que não portava arma alguma. Maciel diz que funcionárias de uma ótica local prestaram falso testemunho contra ele por racismo.

“Eu vou procurar todos os meios. Tanto em relação aos policiais como às funcionárias da própria ótica. No B.O. eles botaram do jeito que eles quiseram. Se não fosse por conta do pessoal da loja não tinha acontecido esse caso. Isso foi questão de racismo. Fica a pergunta: se fosse um branco engravatado será que eles teriam tratado da mesma forma que eu fui? Não! Nem pelos policiais, nem pelo pessoal da ótica. Então eu fiz um B.O.”, alertou.

Na Delegacia de Polícia Civil Maciel Cândido disse que ficou ciente de que havia um boletim de ocorrência registrado contra ele por ameaça e importunação à funcionárias da ótica situada no Centro da cidade.

Ele considerou o B.O. mentiroso e afirma que a denúncia de ameaça registrada contra ele não procede e que já acionou uma advogada para lhe orientar no caso.

Uma das primeiras medidas foi também prestar um boletim de ocorrência online denunciando o crime de racismo. “Eu vou procurar todos os meios”, garantiu.

O OUTRO LADO

O Farol entrou em contato com o 14° BPM para informar os detalhes sobre a denúncia. A assessoria do batalhão orientou que, para que o fato seja apurado nas instâncias administrativas da Polícia Militar, Maciel Cândido deve procurar o 14º BPM para registrar a denúncia.

“Não temos conhecimento de qualquer denúncia [neste sentido]. Precisamos ouvir o denunciante para apurar qualquer possibilidade de conduta irregular do nosso efetivo. Em sendo confirmada a possibilidade de desvio de conduta, iremos proceder a apuração com total isenção e responsabilidade”, informou a sargento Glória, responsável por atender a reportagem do Farol.