O acusado pode ter um aumento de pena, caso o conselho de sentença reconheça o agravante de o crime ter sido cometido diante dos filhos da vítima (PMMG/Divulgação)

Por Bhaz

 

O engenheiro Bruno da Costa Val da Fonseca, que tentou matar a ex-namorada a facadas no meio da rua no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte, vai a júri popular. A decisão é da juíza do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, Bárbara Heliodora Quaresma Bonfim.

O homem de 34 anos deve responder pelo crime de tentativa de homicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, e ainda por a vítima ser mulher, o que caracteriza a tentativa de feminicídio.

A juíza destaca que o acusado ainda pode ter um aumento de pena, caso o conselho de sentença reconheça o agravante de o crime ter sido cometido diante dos filhos da vítima.

Por ser uma decisão de 1ª Instância, a sentença está sujeita a recurso. Ainda assim, Bruno deve permanecer preso preventivamente.

Relembre

A tentativa de feminicídio ocorreu em maio de 2022, por volta de 8h30 da manhã, próximo da Rua Ludgero Dolabela. A vítima foi surpreendida enquanto embarcava em um veículo de aplicativo junto com os dois filhos pequenos e a babá das crianças.

O homem apareceu com uma faca na mão e correu atrás dela pela rua. A perseguição teve início em frente ao prédio onde ela morava.

A vítima tentou fugir a pé, mas foi perseguida e alcançada pelo acusado, que passou a atingi-la com diversos golpes. A babá das crianças e um dos filhos da vítima de apenas 10 anos os alcançaram e conseguiram contê-lo.

A babá agarrou o agressor, conseguiu derrubá-lo e afastar a faca, momento em que os filhos da mulher a ajudaram a levantar e correr em direção contrária. O acusado ainda voltou para frente do prédio da vítima, embarcou em um veículo BMW e fugiu.

Moradores da região e uma equipe da Polícia Militar prestaram os primeiros socorros à vítima. Devido à gravidade dos ferimentos, ela foi encaminhada de imediato ao hospital João XXIII.

Homem é indiciado

Em junho do ano passado, Bruno foi indiciado pela Polícia Civil por tentativa de feminicídio. O laudo policial apontou 19 facadas no corpo da vítima.

Em conversa com o BHAZ, dias depois do ocorrido, a sobrevivente Verônica Suriani relatou o desespero que os ataques causaram. Depois que Bruno Costa Val teve a prisão decretada pelo TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), ela disse estar aliviada com a decisão.

“Espero que ele continue preso, pague pelo crime que ele cometeu. O que me assusta foi a forma violenta e agressiva com que tudo aconteceu, à luz do dia, na frente de todo mundo. Espero que ele seja um exemplo real, de alguém que cometeu um crime e seja realmente punido”, narrou a advogada.