tibério-olegárioEm apenas cinco dias, o número de assassinatos em Serra Talhada subiu 50%. Até a última quarta-feira (6) o município havia registrado oito homicídios. Dali por diante, outras três pessoas foram mortas em série. Os crimes aconteceram na sexta, sábado e domingo, nas zonas rural e urbana. Analisando a semana sangrenta na cidade, o delegado regional de Polícia Civil, Olegário Filho, e o comandante do 14º BPM, Tibério César, descartaram, em entrevista à rádio Líder do Vale FM, nesta segunda-feira (11), que as mortes estejam partindo de grupos de extermínio.

“Descartamos essa possibilidade porque, geralmente, quando as milícias atuam, existe uma correlação entre os tipos de vítimas, as características, e nós temos percebido que em mais de 30% dos homicídios são de crimes de proximidade… Acertos de contas, problemas afetivos. Há casos de sobrinho que matou o tio, intriga entre vizinhos, o cunhado que foi contra o companheiro da irmã, crimes passionais… Então a gente tem quase 40% desses crimes de proximidade que são difíceis de serem combatidos”, analisou o comandante Tibério César.

“Até o momento, principalmente esses últimos homicídios, eles não tem relação. E não tem relação com a ação de grupos extermínio e milícias. Enfim, principalmente, pelas suas características, mas tudo deve ser apurado e investigado”, reforçou o delegado Olegário Filho. De acordo com Tibério César, outro fator que dificulta o trabalho ostensivo da PM nestes casos é o fato de boa parte das mortes terem sido registradas na zona rural.

O comandante admitiu que, neste ponto, a polícia sofre com a questão de falta de estrutura para cobrir os distritos como deveria. Tibério César lembrou que, em 2016, já são cinco mortes na área rural. Mais que o dobro do registrado no ano passado nesse período. Ainda, conforme Olegário Filho, mais da metade dos 12 homicídios registrados em Serra Talhada até agora já tiveram o inquérito concluído, inclusive, com ordem de prisão decretada.